Em praticamente uma semana, Roberto Campos Neto vai se despedir da presidência do Banco Central e dará lugar ao comando de Gabriel Galípolo, indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o único presidente do BC escolhido por Lula antes de Galípolo, nos dois primeiros mandatos do petista, Henrique Meirelles, a mudança vai trazer uma melhora considerável na relação entre o Palácio do Planalto e o Banco Central. “Lula desconfia se as decisões do Banco Central (sob o comando de Campos Neto) eram técnicas ou eram para prejudicar o governo”, diz Meirelles ao Radar Econômico. “Agora, isso tende a não existir exatamente na medida em que Galípolo chega à presidência”. Para o ex-presidente do BC, os próximos dois anos devem incluir um bom diálogo entre Lula e o BC, coisa que não existe enquanto o último é presidido por um indicado do ex-presidente Jair Bolsonaro. A nova fase, contudo, não vai significar interferências de Lula na política monetária. Meirelles considera que o banco seguirá uma linha técnica sob Galípolo, mas com a “facilidade adicional” de ter bom trânsito com o governo federal.
Desconfiança de Lula com o BC tende a acabar em 2025, diz Meirelles
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