Cabeça por trás agência agência de viagens Lékè, na qual atua como CEO, Janaína Araújo, 48 anos, é a responsável por transformar Curaçao em um verdadeiro paraíso turístico para brasileiros. A paixão pelo país começou há doze anos, quando foi pela primeira vez à ilha caribenha e se encantou pelas praias de tirar o fôlego. Com estratégia a longo prazo, a empresária aumentou em 257% a ida de brasileiros ao local, atraindo até famosos – como Sasha Meneghel, Marcos Mion e Luciana Gimenez. Em conversa com a coluna GENTE, a executiva conta como quer fazer de Curaçao uma nova Ibiza.
Como Curaçao se tornou um ponto turístico para brasileiros? É uma estratégia longa, estamos com a Ilha há quase 12 anos. Foi um grande desafio para a Leke, porque pegar um destino que ninguém conhece e desenhar do zero é questão de estratégia. A gente chega hoje com 50 mil brasileiros, quando comecei a trabalhar o destino, não tinha nem 8 mil brasileiros visitando a Ilha.
E quais foram as estratégias? Acerto e erro. Primeiro precisava entender que era um trabalho de construção. O brasileiro quando pensa em Caribe, pensa em Cancún e Punta Cana, Curaçao ninguém conhecia. Nossa primeira estratégia foi educar o trade, trazer bons parceiros para visitar o local, começamos a capacitar agentes de viagem, identificar qual é o público-alvo. É um cliente que tem target maior, que tem como pagar 30 mil para fazer uma viagem de férias.
Recentemente, Curaçao virou o destino queridinho dos influenciadores. A gente nunca pagou nenhum artista. Na verdade, o influenciador procura a gente, a gente faz a avaliação se ele fala para o nosso público. Nosso budget anual é pequenininho, temos que ser assertivos.
Que tipo de celebridades vocês costumam atrair? Sasha foi no ano passado, fala para um público de jovens com poder aquisitivo para os hoteis mais caros da ilha e que consome, que gosta de natureza, tem uma imagem bacana. Sasha foi uma das que valeu a pena para a gente apoiar na viagem. A gente já teve o Marcos Mion, a Luciana de Gimenez…
Mion também gravou um episódio do Caldeirão em Curaçao. Como foi esse contato? A TV Globo me procurou para parceria com o Caldeirão, para nós foi incrível. Nosso trabalho é muito focado no sul e sudeste, mas quando você pensa em atingir o Brasil, com grande oportunidade de um programa com uma equipe competente como a do Caldeirão, é incrível. Curaçao conseguiu entrar no mapa.
Quais são os impactos gerados? Todos os voos para Curaçao estão cheios. Não sei mensurar se foi a TV Globo, o que sei é que nessa semana os picos de visita e de busca pelo nome Curaçao foi gigantesca. Os números explodiram de visualização.
Curaçao é a nova Cancún? Não. Curaçao vai ser uma nova Ibiza. Curaçao já é uma ilha que respira a Europa, os costumes, a cultura… É como se você estivesse em Amsterdã, só que tem a facilidade, a beleza do Mar do Caribe. O nosso foco é transformar Curaçao daqui a cinco anos numa Ibiza do Caribe.
Como o turista brasileiro ajuda economicamente a ilha? Primeiro que o brasileiro é o que mais gasta. Gastamos com força, a gente adora uma comprinha, uma cachacinha, a gente adora se divertir. O brasileiro gasta, lidera o ranking dos gastadores no mundo. O brasileiro é querido no mundo inteiro exatamente por isso, ele aluga carro, sai para jantar, sai para balada, bebe… Isso é cultural, por isso os Estados Unidos e qualquer país do mundo fazem de tudo para ter um brasileirinho lá gastando.
Há semelhança entre o turismo do Brasil com o de Curaçao? Não tem muita semelhança, nosso país é gigante. As nossas praias também são bem diferentes das de Curaçao. Mas o calor humano é uma semelhança, você se sente acolhido.
O que o brasileiro mais procura em Curaçao? O brasileiro gosta de três coisas em Curaçao. Primeiro, as praias. São incríveis, estruturadíssimas. Segundo, a balada. Brasileiros não resistem, adoram. Por último, a gastronomia. Resumindo: praia, comida e bebida.