Apesar de adiadas por um mês, as tarifas de 25% prometidas por Donald Trump para os produtos mexicanos vendidos nos Estados Unidos vão deixar a tequila mais cara no país. Neste sábado, 1º de fevereiro, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump declarou emergência econômica no país e assinou uma ordem para impor tarifas de 25% nas importações dos vizinhos Canadá e México. A China também foi alvo das medidas e todos os seus produtos serão importados para os EUA sobre uma tarifa de 10%, a partir desta terça-feira, 4. Em resposta, o Canadá e o México anunciaram tarifas retaliatórias, enquanto a China disse que tomaria “contramedidas necessárias”. Nesta segunda-feira, após um acordo, Trump decidiu adiar por um mês o tarifaço para o México.
Entre os itens que ficarão mais caros após o tarifaço de Trump, as taxas sobre as bebidas alcoólicas apontam para uma guerra comercial. Segundo o Conselho de Destilados dos Estados Unidos (Distilled Spirits Council of the United States), os EUA importaram 4,6 bilhões de dólares em tequila e 108 milhões de dólares em mezcal do México em 2023. Já do Canadá, as importações foram de 537 milhões de dólares em destilados, o que inclui 202,5 milhões em uísque no mesmo ano.
As duas nações foram a segunda e a terceira maiores importadoras de bebidas destiladas aos EUA no ano de 2023, perdendo apenas para a União Europeia. Somado a isso, de acordo com o conselho, os Estados Unidos estão enfrentando uma alta tarifa de 50% sobre o uísque americano pela União Europeia, que deve começar a valer a partir de março deste ano. A entidade afirma que impor tarifas sobre o México e o Canadá pode acumular ainda mais ações retaliatórias sobre a indústria de bebidas, já que a tequila e o uísque canadenses são designados como produtos distintos, que só podem ser feitos em seu país de origem.
A Câmara Nacional da Indústria Tequileira (Cámara Nacional de la Industria Tequilera) e a Spirits Canada, associação de destilados do país, divulgaram uma declaração logo após o anúncio de Trump no sábado. “Manter acesso justo e recíproco isento de impostos para todos os destilados é crucial para apoiar empregos e crescimento compartilhado na América do Norte. Nossas indústrias prosperaram devido ao campo de jogo nivelado estabelecido em nossas fronteiras”, diz o texto. A nota ainda solicita “um diálogo construtivo de todas as partes” para abordar o tema de forma proativa e manter o compromisso compartilhado de construir uma indústria de bebidas destiladas próspera na América do Norte.