Aos 25 anos de idade, Mikey Madinson conquistou sua primeira indicação ao Oscar na categoria de melhor atriz – sim, ela concorre com a brasileira Fernanda Torres. Ganhando ou não, Mikey pode se considerar uma vencedora: a jovem californiana, até agora pouco conhecida, tinha feito participações pontuais na franquia Pânico antes de conquistar o papel de protagonista no filme Anora, ganhador da Palma de Ouro no ano passado e indicado em seis categorias no Oscar 2025. A projeção levou Mikey ao centro dos holofotes em Hollywood – e sua carreira tende a decolar. Em entrevista a VEJA, a atriz falou sobre o preparo para interpretar a dançarina erótica que dá título ao filme – e que se mete com um pessoal tenebroso ao se casar com o herdeiro de um oligarca russo.
O filme tem cenas gravadas em uma boate de striptease real, com dançarinas de verdade. Como foi essa experiência? Conheci muitas profissionais do sexo durante o preparo para o filme. Eu não conhecia nada deste universo e elas foram muito generosas de compartilhar comigo o tempo delas e suas experiências. Ter essas conversas, observar essas mulheres, era imperativo para o filme. Eu fui de mente aberta conhecê-las e foram muitos os aprendizados. Tê-las por perto me ajudou a ter um ponto de vista claro e sem preconceitos.
Elas ajudaram no seu preparo para interpretar uma dançarina erótica? Sim, muito. Não sou dançarina, não dançava antes do filme. Então fiquei bem nervosa. Tive que me dedicar muito para dominar o máximo de movimentos. Foi um trabalho que exigiu muito esforço físico e treinamento. A dança, o pole, foram de longe as coisas mais difíceis, pois é necessário ter muita força. Sem falar ficar de pé muito tempo na boate, de salto alto.
Anora se casa com um jovem russo muito rico. Acha que ela de fato se apaixonou por ele? Olha, se isso é o que o público pensa, acho válido. Eu, particularmente, acho que ela se apaixonou pelo estilo de vida que ele proporcionava. Era esse tipo de príncipe encantado. Ela entrou em um mundo com o qual sonhava.
Nada de Uma Linda Mulher, então? Pois é, eu amo esse filme, mas quem não ama?
Como foi trabalhar com o diretor Sean Baker? Ele é um excelente diretor de elenco, instintivo, foi um prazer trabalhar com ele. Compartilhávamos do mesmo ponto de vista sobre a personagem. Quando ele me chamou para o papel, eu não hesitei. Fiquei honrada. Qualquer que fosse o personagem, eu toparia. Anora mudou minha vida.
