Ninguém mais vive sem internet. Não tem como recuar diante das vantagens que oferece, mesmo sendo um universo perigoso, com poucas regulações e fértil para crimes. A pergunta é: como preparar crianças e adolescentes, ainda imaturos, para enfrentar a web? No último domingo, em Brasília, uma menina de 8 anos, Sarah Raissa Pereira de Castro, morreu, logo após participar de um desafio na internet. Ela foi encontrada desmaiada no sofá, ao lado de um celular e um almofada encharcada de desodorante. Levada ao Hospital Regional de Ceilândia, no DF, veio a óbito, devido a uma parada cardiorrespiratória. A polícia investiga as circunstâncias da morte e os responsáveis pelo “desafio do desodorante”.
Em uma rede social, médica Daniela Luane, que trabalha na regulação de lei de UTI, ao ver o nome e a idade da menina na lista de óbitos, fez um apelo aos pais para que fiquem atentos aos desafios na rede de modo que a fatalidade não se repita com outras crianças. “Mães e pais, expliquem aos filhos que esses desafios não devem ser feitos. Se encontrarem um desafio na rede, denunciem”. Especialistas ressaltam a necessidade de os pais monitorarem o conteúdo e o tempo que os jovens ficam na internet. Não são apenas os desafios virais que representam um grande perigo, há comunidades de incentivo ao sofrimento, além de crimes sexuais.
Três em cada dez crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, já enfrentaram situações discriminatórias e ofensivas, além de terem, ao menos uma vez, tido contato com desconhecidos, de acordo com a pesquisa Tic Kids On line Brasil 2024, do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Ao menos 20% dos entrevistados confessaram que gostariam de ficar menos tempo nas redes, mas não conseguem.
Abaixo algumas das dicas para proteger os jovens:
- Estabelecer um diálogo constante com os filhos para que se sintam sempre incentivados a contar o que passam
- Atenção redobrada às mudanças de comportamento e de humor
- Ensinar autodefesa digital, como configurar a privacidade, não confiar em estranhos e denunciar qualquer tipo de abuso
- Com naturalidade, estar atento aos conteúdos acessados
- Evitar que fiquem isolados enquanto acessam às redes
- Instalar filtros na internet. Há escolas que não dá acesso às redes sociais, por exemplo
- Estabelecer horário e tempo de uso
Leia:
+https://veja.abril.com.br/educacao/proibicao-de-celular-nas-escolas-gera-poucas-reclamacoes-diz-pesquisa/
+https://veja.abril.com.br/tecnologia/nas-areas-urbanas-brasileiras-acesso-a-internet-cresce-mais-de-70-em-20-anos/