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Com Trump, o que pode mudar na economia dos EUA?

O tão aguardado momento chegou. A partir de hoje, Donald Trump responderá como presidente dos Estados Unidos, em um mandato que começa já marcado por polêmicas, decisões contundentes e promessas duras que devem afetar diversas economias globais — e até mesmo o Brasil.

Do ponto de vista econômico, o que não faltam são especulações sobre o “efeito Trump” nos mercados. A primeira e grande preocupação dos investidores é em relação à inflação, já que diversas políticas do novo presidente podem impulsionar os preços da economia.

A primeira das medidas com esse potencial efeito é a tarifação de produtos estrangeiros, numa tática protecionista que Trump reiterou em toda a sua campanha eleitoral. O presidente eleito prometeu tarifar produtos importados mexicanos e canadenses em 25%. Sobre a China, a promessa é de uma alíquota de 10%, o que deve ter impacto relevante mesmo com percentual menor, dado que o gigante asiático é o maior fornecedor dos americanos, assim como de outras nações no mundo.

A imposição de tarifas tem algumas consequências. De um lado, pode coibir o comércio no mercado americano, já que Trump afirmou que os países é que vão arcar com os impostos. Desse modo, ao prejudicar a concorrência por forçar a saída ou diminuição de participantes no mercado, a imposição de tarifas pode levar a uma alta da inflação.

No entanto, o mais provável é que as tarifas sejam aplicadas sobre os produtos que chegam aos Estados Unidos. Assim, se recaírem sobre os importadores, essas tarifas devem ser repassadas aos consumidores, fazendo com que os preços dos produtos subam — e, consequentemente, elevando a inflação.

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O maior problema de uma inflação mais alta é que isso pode interferir na trajetória dos juros americanos, que atualmente estão em um ciclo de queda. O Federal Reserve, o banco central americano, já deve adotar uma postura mais cautelosa nos cortes, realizando as reduções das Fed Funds em reuniões intercaladas até o fim do ano. Se, porém, a inflação voltar a ganhar força, esse caminho pode ser revisto.

Do ponto de vista geopolítico, se a guerra comercial entre China e Estados Unidos se acirrar, o Brasil pode se sair beneficiado, já que passa a ter maior espaço para fornecimento de produtos aos chineses. Ao mesmo tempo, com uma situação fiscal frágil, o Brasil pode acabar tendo dificuldades na execução da sua política monetária, diante da maior chance de alta de juros nos Estados Unidos.

A agenda fiscal de Trump também tem potencial contribuição para aumento da inflação. O presidente já reiterou que vai adotar um pacote com redução de impostos para as empresas que pode custar mais de US$ 7 trilhões nas próximas décadas. O rombo fiscal do governo também já está grande: o déficit atinge 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Quanto mais o governo abrir mão de fontes de arrecadação de recursos e controle da dívida, mais inflação isso poderá gerar e maior a desancoragem das expectativas dos investidores.

Entre as medidas com potencial efeito para a economia estão também as políticas imigratórias. Trump quer iniciar já amanhã, 21, o que chamou de “operação migratória em larga escala” nos Estados Unidos, com prisões em massa de imigrantes irregulares. Segundo o Wall Street Journal, o processo deve começar por Chicago, tendo como alvo os imigrantes com antecedentes criminais. A dura retórica — que agora deve virar realidade — em relação aos imigrantes pode gerar impacto na força de trabalho. Se executada nas proporções elevadas que Trump promete, tal ação pode representar um esfriamento da economia, dado que a força de trabalho americana se expandiu desde 2022 por participação de imigrantes, conforme mostra relatório do Departamento de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês).

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