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Com Lula enfraquecido, há quem aposte em Haddad para 2026

Alta dos juros, indefinição do dólar e preocupação com a trajetória da dívida pública são os temas que, neste momento, povoam as conversas de banqueiros e empresários. Mas um outro assunto vem ganhando cada vez mais espaço nessas conversas, e ele diz respeito à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026. O governo até pode dizer que não está preocupado com isso – o que não é verdade -, mas o fato é que muitas decisões relacionadas a novos investimentos já passaram a considerar o quadro eleitoral futuro.

Se já andavam desconfiados com declarações anteriores do presidente Lula, empresários e banqueiros que conversaram com a coluna se disseram decepcionados com a afirmação recente de Lula de que ele não pensa em novas medidas fiscais neste ano. “Não tem outra medida fiscal. Caso se apresente durante o ano a necessidade de fazer alguma coisa, vamos sentar e definir. Mas, se depender de mim, não tem outra medida fiscal nesse país”, disse o presidente, em entrevista, na quinta-feira passada.

Na avaliação do mercado, foi a “pá de cal” numa história que sempre mostrou o presidente Lula avesso a qualquer plano mais ousado de redução de gastos, com o consequente desgaste político do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Pela idade, falta de paciência, baixa popularidade e grande chance de não se reeleger, eu acho que Lula não deveria concorrer”, disse um desses banqueiros. Outro líder empresarial foi mais enfático: “Se o PT ganhar em 2026, nos transformaremos em uma Argentina antes do Milei [atual presidente da Argentina], com inflação descontrolada e governo fraco”.

O Planalto já reclamou que existe uma predisposição do mercado contra toda e qualquer medida do atual governo. Isso até pode existir, mas o fato é que as projeções para dólar, juros, inflação e dívida apontam para uma situação difícil nestes dois próximos anos, e o governo não tem dado sinais de que vai adotar medidas mais efetivas no campo fiscal.

Nesse contexto, o nome de Haddad começou a aparecer como uma alternativa mais palatável para o mercado. As críticas do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que chamou Haddad de “ministro fraco”, reforçaram a avaliação de que, ao contrário, Haddad teria chance de atrair apoios fora do seu grupo. “Haddad seria um bom candidato, competitivo, pois pode atrair o centro, dado que a esquerda ele já tem”, disse um empresário.

Haddad candidato em 2026 representaria uma mudança significativa na relação de forças dentro do PT, a começar do próprio Lula, que até agora tem se mostrado inclinado a disputar sua reeleição. Independentemente de nomes, o governo sabe que a única chance de manter suas chances de vitória em 2026 é reformulando a atual política econômica. E a mudança tem de ser agora.

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