O processo de venda do TikTok nos Estados Unidos foi colocado em pausa após o governo chinês indicar que não aprovaria a operação. A decisão veio como resposta às novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
Na sexta-feira, 4, o presidente Donald Trump adiou em 75 dias o limite para a companhia chinesa ByteDance vender a operação do TikTok nos EUA para um comprador não chinês. Sem a venda, o TikTok poderá ser banido do mercado americano.
A ideia era transferir as operações nos EUA para uma nova empresa sediada no país, com controle majoritário nas mãos de investidores americanos e participação minoritária da ByteDance – inferior a 20%. Segundo a Reuters, o acordo já possuía o aval da empresa chinesa, dos investidores e do governo norte-americano.
Em comunicado publicado na rede social chinesa WeChat, a ByteDance afirmou que há “diferenças significativas em vários pontos-chave” e que a operação depende de aprovação regulatória na China. “Continuamos em negociações com o governo dos EUA, mas ainda não foi alcançado um consenso”, afirmou a empresa.
Em Washington, a embaixada chinesa reafirmou a postura de defesa das empresas locais. “A China já expressou sua posição sobre o TikTok em diversas ocasiões. Sempre respeitamos e protegemos os direitos legítimos das empresas, e nos opomos a práticas que violem os princípios básicos da economia de mercado”, disse em nota.
Trump, por sua vez, disse que “o acordo ainda precisa ser ajustado para garantir que todas as aprovações necessárias sejam obtidas”.
Na sexta, a China anunciou tarifas de 34% sobre produtos americanos, em resposta à mesma alíquota imposta por Trump aos itens chineses dois dias antes. Com as chamadas “tarifas recíprocas”, a taxação sobre produtos chineses nos EUA dece chegar a 54%.
