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China acaba congresso anual com críticas a tarifas de Trump e promessa de ‘luta implacável’

A China concluiu, nesta quinta-feira, 13, a reunião anual do Congresso Nacional do Povo, um dos seus maiores eventos políticos, com críticas à guerra comercial alimentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e apelos para “lutar implacavelmente” pela ascensão do país. Apesar das tarifas americanas, Pequim colocou em ambiciosos 5% a meta de crescimento do país neste ano.

Quase 3 mil delegados se reuniram por dias no Grande Salão do Povo, na capital chinesa. Nesta quinta, uma tarde nublada em Pequim, o presidente Xi Jinping compareceu ao último dia do evento, entrando no salão ao som de uma música marcial empolgante.

Li Hongzhong, que substituiu o presidente do Comitê Permanente do Congresso, Zhao Leji, cuja ausência foi atribuída a uma “infecção respiratória”, presidiu uma série de votações em documentos legislativos e encerrou a conferência com um apelo para “lutar implacavelmente”, exaltando o projeto de Xi do “grande rejuvenescimento do povo chinês”.

“Vamos nos unir ainda mais em torno do centro do partido, com o camarada Xi Jinping em seu núcleo”, exclamou, recebendo aplausos entusiasmados antes de uma banda militar tocar o hino nacional.

O conclave no Grande Salão do Povo é meticulosamente coreografado, com votações rigorosamente controladas em leis pré-aprovadas pelo Partido Comunista. Ao longo da semana, os delegados aprovaram quase por unanimidade relatórios de trabalho do governo nacional, da Suprema Corte e da procuradoria. Também deram sinal verde para resoluções sobre orçamentos central e local, planos de desenvolvimento econômico e uma emenda à lei dos legisladores — com apenas um punhado de votos contrários.

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“A reunião concluiu com sucesso cada item da pauta (e) levou adiante a democracia”, disse Li em suas considerações finais.

“Lei da selva”

A saúde da segunda maior economia do mundo está em jogo. Além de enfrentar uma prolongada crise no setor imobiliário, que enfraqueceu a confiança de consumidores e empresas, alto desemprego entre os jovens e o rescaldo da covid-19, a China agora lida com o impacto da escalada tarifária imposta por Trump.

O presidente americano já elevou tarifas sobre produtos chineses duas vezes desde janeiro, e Pequim não deu sinais de recuar, impondo taxas retaliatórias.

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“Se os americanos continuarem seguindo esse caminho errado, lutaremos até o fim”, declarou o ministro do Comércio, Wang Wentao.

O ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, também criticou a postura de Washington e disse que a “lei da selva” prevaleceria se todos os países adotassem uma abordagem de “meu país em primeiro lugar”.

“Uma grande nação não deve colocar interesses egoístas acima dos princípios, muito menos usar seu poder para intimidar os mais fracos”, afirmou a jornalistas durante o Congresso, além de chamar as tarifas de “atos de duas caras”.

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Embora a China tenha diversificado seus mercados de exportação nos últimos anos, os Estados Unidos seguem como um parceiro comercial essencial.

Meta ambiciosa

Os momentos mais observados do conclave ocorreram na semana passada, quando o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, entregou o relatório anual de trabalho do governo. Ele anunciou uma meta ambiciosa de crescimento econômico de “cerca de 5%” — igualando a meta do ano passado, mas ainda muito longe dos números de dois dígitos que impulsionaram a ascensão da China. Pequim prometeu lutar “até o fim” em “qualquer tipo de guerra” com os Estados Unidos, seja ela tarifária ou não.

O relatório de trabalho apresentado por Li prometeu fazer da demanda doméstica o “principal motor e âncora” do crescimento, acrescentando que a China deveria “se mover mais rápido para lidar com a demanda doméstica inadequada, particularmente o consumo insuficiente”. Em movimento raro, o premiê também afirmou que o país aumentaria seu déficit fiscal em um ponto percentual (seu nível mais alto em mais de uma década), dando mais margem para lidar com a desaceleração.

Na semana passada, a China também havia anunciado um aumento de 7,2% em seu orçamento de defesa para 2025 — a mesma porcentagem de 2024 —, enquanto Pequim moderniza rapidamente suas forças armadas em meio à intensificação da competição estratégica com os Estados Unidos.

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