A Marinha dos Estados Unidos testou sua nova arma a laser, a Helios, contra um alvo aéreo em movimento pela primeira vez no final do ano passado.
De acordo com o relatório anual da Diretoria de Testes Operacionais e Avaliação (DOTE) do Pentágono, divulgado na sexta-feira, 31, o sistema de Laser de Alta Energia e Deslumbramento Óptico Integrado e Vigilância (Helios, na sigla em inglês) atingiu com sucesso um drone que simulava um míssil de cruzeiro.
O disparo foi realizado pelo contratorpedeiro USS Preble, que já vinha realizando testes com a arma a laser desde 2022. O local e data do disparo, no entanto, não foram divulgados.
O teste teve como objetivo “verificar e validar a funcionalidade, desempenho e capacidade” do Helios, segundo o relatório.
A imagem do disparo foi capturada por câmeras infravermelhas, já que os lasers são invisíveis em ambientes claros e só podem ser detectados se houver algo em suspensão no ar, como fumaça ou gelo seco.
O Helios começou a ser desenvolvido em 2018 pela gigante americana Lockheed Martin, uma das líderes no campo de armas a laser, mas o sistema se baseia em uma história muito mais longa de pesquisa e desenvolvimento de energia direcionada na empresa. Ele funciona como um designador de alvos e arma de ataque, mas seu alcance contra alvos ainda não ultrapassa os 8 km, um desempenho ainda fraco para uso naval.
Investimento em armas a laser
A Marinha dos EUA tem investido no desenvolvimento de armas a laser há mais de uma década, com duas famílias principais de armamento: o Helios, já instalado no USS Preble, e o Odin, um sistema menos potente voltado para ofuscar sensores de drones e mísseis, presente em oito destróieres. Além disso, há versões experimentais de maior potência em fase de testes.
Apesar dos avanços, ainda existem alguns desafios para operar um laser. Condições atmosféricas podem prejudicar a precisão dos disparos, e a necessidade de manter o feixe de luz concentrado no mesmo ponto por tempo suficiente limita sua eficácia contra alvos velozes.
A urgência no desenvolvimento desse tipo de armamento cresceu devido à proliferação do uso de drones como armas após o início da guerra na Ucrânia, e ao alto custo para interceptar ataques no mar. A Marinha americana afirmou ter gastado mais de US$ 1 bilhão (quase R$ 6 bilhões) apenas em operações para derrubar mísseis e drones de rebeldes iemenitas no mar Vermelho.
Outras potências militares também vêm explorando esta tecnologia, incluindo China, Rússia, Reino Unido e Coreia do Sul.