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Ataques israelenses matam mais de 400 em Gaza, dizem palestinos

Ataques aéreos israelenses na madrugada desta terça-feira, 18, mataram mais de 400 pessoas em Gaza, disseram autoridades de saúde palestinas. A investida ameaça o colapso total do cessar-fogo entre Israel e Hamas, em vigor há dois meses, enquanto Tel Aviv prometeu usar força militar para fazer pressão sobre o grupo terrorista e garantir a libertação dos reféns que seguem em cativeiro.

O Hamas, que ainda mantém 59 dos cerca de 250 reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023 contra comunidades do sul israelense, acusou Israel de violar a trégua e comprometer os esforços dos mediadores para chegar a um fim permanente da guerra.

EDITORS NOTE: Graphic content / Relatives stay around the bodies of victims killed in an Israeli strike at Al-Ahli Arab hospital, also known as the Baptist hospital, in Gaza City on March 18, 2025. Israel on March 18 unleashed its most intense strikes on the Gaza Strip since a January ceasefire, with rescuers reporting 220 people killed, and Hamas accusing Benjamin Netanyahu of deciding to
Familiares ao redor dos corpos das vítimas de um ataque israelense no hospital Al-Ahli Arab, também conhecido como hospital Batista, na Cidade de Gaza. 18/03/2025 –Omar Al-Qattaa/AFP

Em hospitais sobrecarregados por 15 meses de bombardeios, pilhas de corpos em lençóis plásticos brancos manchados de sangue podiam ser vistas enquanto as vítimas dos ataques eram trazidas. O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse que 404 pessoas foram mortas, muitas delas crianças, e 562 pessoas ficaram feridas.

Casas e acampamentos de refugiados do norte ao sul da Faixa de Gaza sofreram com as bombas. Tanques israelenses dispararam através da linha de fronteira em direção ao leste e ao sul do enclave.

O Exército de Israel disse que atingiu dezenas de alvos e que os ataques continuariam pelo tempo que fosse necessário. Também afirmou que poderiam extrapolar ataques aéreos, aumentando a perspectiva de que forças terrestres possam retomar os combates.

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“Ações fortes”

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, orientou o Exército do país a tomar “ações fortes” contra o grupo palestino em resposta à sua recusa em libertar os reféns restantes e por causa de sua rejeição às propostas de cessar-fogo. O Egito, um dos mediadores no acordo, pediu moderação e instou todas as partes a trabalharem em direção a uma solução duradoura para o conflito.

A operação foi ordenada por Netanyahu e o ministro da Defesa, Israel Katz. Eles acusam o Hamas de se recusar “repetidamente” a libertar reféns. “A partir de agora, Israel agirá contra o Hamas com força militar crescente”, disse uma nota divulgada pelo gabinete de Netanyahu.

O oficial do Hamas Basem Naim acusou Israel de “colocar fim ao acordo de cessar-fogo unilateralmente”, de acordo com a rede americana CNN. De acordo com a agência Reuters, três casas foram atingidas em Deir Al-Balah, no centro de Gaza, um prédio na Cidade de Gaza e alvos em Khan Younis e Rafah.

A cloud of smoke billows as destroyed buildings are pictured in the northern Gaza Strip from across the border in southern Israel on March 18, 2025. Israel on March 18 unleashed its most intense strikes on the Gaza Strip since a January ceasefire, with rescuers reporting 220 people killed, and Hamas accusing Benjamin Netanyahu of deciding to
Uma nuvem de fumaça em meio a prédios destruídos no norte da Faixa de Gaza, vistos do outro lado da fronteira, no sul de Israel. 18/03/2025 –Menahem Kahana/AFP
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Ataque no sábado

No último sábado, ao menos nove palestinos morreram, incluindo três jornalistas locais, e diversas outras pessoas ficaram feridas em um ataque aéreo israelense na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza. O incidente deixou ainda mais clara a fragilidade do acordo de cessar-fogo de 19 de janeiro, cuja primeira parte expirou há cerca de duas semanas. Em declarações recentes, o Hamas exigiu que Israel implemente a segunda fase do acordo, que deveria encerrar definitivamente o conflito.

A primeira fase do cessar-fogo levou, ao longo de seis semanas, à troca de 25 reféns israelenses vivos e os restos mortais de outros oito, em troca da libertação de cerca de 1.800 palestinos detidos em prisões de Israel. Também permitiu a entrada de ajuda humanitária no enclave e o retorno da população local às suas casas no norte de Gaza.

Resistência de Netanyahu

Tel Aviv, até agora, se recusou a avançar para a próxima etapa e pediu uma extensão de várias semanas da fase 1 da trégua. O enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, também tem feito pressão por uma proposta que apenas estenda a trégua.

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Netanyahu mostrou oposição consistentemente a qualquer fim permanente da guerra em Gaza, em parte devido a um cálculo político doméstico. Impopular, com vantagem de apenas dois votos no Parlamento, ele se desdobra para agradar aos partidos radicais religiosos que sustentam sua coalizão e são contra concessões em Gaza em meio a intensas pressões, inclusive dos Estados Unidos, para pôr fim ao conflito que se estende por mais de um ano e já matou, em números oficiais, quase 50 mil palestinos.

Para piorar, nas últimas semanas o primeiro-ministro teve de comparecer onze vezes a um tribunal para se defender de acusações de suborno, fraude e tráfico de influência.

Diálogo direto

Após mais de 16 meses de negociações entre Israel e o Hamas mediadas pelos Estados Unidos, Catar e Egito, Washington abriu recentemente um canal direto com o Hamas, com o objetivo de libertar cidadãos americanos sequestrados durante o ataque a Israel em outubro de 2023.

O grupo fez 251 reféns durante a investida e matou cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis.

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Em uma publicação nas redes sociais no início deste mês, Trump ameaçou os cidadãos de Gaza com “um inferno” se todos os 58 reféns restantes não fossem libertados. Acredita-se que menos da metade ainda esteja viva.

A reação oficial do governo israelense às notícias de conversas diretas entre os Estados Unidos e o Hamas foi limitada a uma única declaração concisa do gabinete de Netanyahu, apenas reconhecendo as negociações. Mas o jornal Yedioth Ahronoth disse que Israel ficou “chocado ao descobrir que, pelas costas, o enviado de Trump (Witkoff) flertou por semanas em Doha” com uma autoridade sênior do grupo palestino.

Em uma tentativa de pressionar o inimigo, Tel Aviv cortou todos os suprimentos de ajuda humanitária para Gaza e no domingo interrompeu o fornecimento restante de eletricidade para o enclave.

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