O governo do Nepal anunciou um aumento de 36% no preço para emissão das permissões para escalar o monte Everest, o pico mais alto do mundo. É o primeiro reajuste em quase dez anos. Segundo Narayan Prasad Regmi, diretor geral do Departamento de Turismo nepalense, a licença custará US$ 15 mil. A taxa anterior era de US$ 11 mil. “As taxas de permissão não eram revisadas há muito tempo. Nós os atualizamos agora”, afirmou Regmi à agência Reuters.
O novo preço será válido para o período mais concorrido entre os montanhistas, entre abril e maio, e para o cume sudeste, caminho mais popular e tecnicamente menos exigente. As taxas para a temporada menos popular de setembro a novembro e para a temporada raramente escalada de dezembro a fevereiro também aumentarão em 36%, para US$ 7.500 e US$ 3.750, respectivamente.
Segundo especialistas, o aumento nas tarifas vinha sendo discutido há pelo menos um ano e já era esperado. Além disso, não deve representar um empecilho significativo para quem deseja fazer a escalada. Todos os anos, o governo nepalense emite cerca de 300 permissões para escalada. Além da taxa para escalada, há muitos outros custos envolvidos na viagem, e quem se dispõe a encarar o desafio geralmente tem recursos para arcar com o aumento da taxa.
Embora Regmi não tenha dito como os valores adicionais serão usados, é esperado que eles sejam destinados à conservação e à limpeza das trilhas usadas pelos montanhistas.
Há alguns anos, o governo do Nepal tem sido criticado por liberar muitas licenças de escalada para o Everest e outros picos do Himalaia, sem tanta preocupação com a segurança e com a limpeza da região. Imagens de filas de montanhistas esperando para alcançar o cume percorreram o mundo e causaram preocupação.
De acordo com relatos de profissionais que fizeram a escala nos últimos anos, a montanha está mais seca e rochosa, com menos neve, o que pode indicar um efeito direto do aquecimento global.