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Após Brasil e Colômbia, Índia recebe deportados algemados em voo dos EUA

Cerca de 100 imigrantes indianos foram mantidos algemados durante um voo de deportação americano, que durou 40 horas, em meio ao polêmico cerco do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a imigração ilegal. O grupo foi mantido com as mãos e os pés atados por toda a viagem, inclusive nas idas ao banheiro. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 7, pela emissora americana CNN.

“Nossas mãos foram algemadas e nossos tornozelos amarrados com correntes antes de pegarmos o voo”, disse Akashdeep Singh, de 23 anos, um dos deportados, à rede. “Pedimos que oficiais militares as tirassem para podermos comer ou ir ao banheiro, mas eles nos trataram de forma horrível e sem qualquer consideração.”

“A maneira como eles olharam para nós, eu nunca vou esquecer. Nós fomos ao banheiro com as algemas. Logo antes de pousar, eles removeram (as algemas) das mulheres. Nós vimos. Mas as nossas só foram removidas pelos policiais locais depois que pousamos”, acrescentou ele.

O episódio acontece pouco mais de duas semanas após o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, felicitar o “querido amigo” Trump pela posse, em 20 de janeiro. Espera-se que Modi viaje para Washington entre 12 a 13 de fevereiro. Do lado de fora do Parlamento, deputados indianos organizaram um ato para debochar da proximidade entre os líderes, com algemas no pulso. S. Kuldeep Singh Dhaliwal, ministro do estado de Punjab, onde o voo de deportação pousou, apelou para o premiê “usar essa amizade para resolver o problema”.

No X, antigo Twitter, o chefe da patrulha de fronteira dos Estados Unidos, Michael Banks, compartilhou um vídeo de indianos acorrentados embarcando em um avião para marcar “o voo de deportação mais comprido já feito usando transporte militar”, e ameaçou: ” Se você cruzar a fronteira ilegalmente, será removido.”

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Polêmica internacional

Trata-se apenas do mais recente caso de imigrantes ilegais repatriados enquanto eram obrigados a usar algemas. Em janeiro, 88 brasileiros viajaram algemados em um avião americano que pousou em Minas Gerais, no que o Itamaraty definiu como “inaceitável” e um “desrespeito aos direitos fundamentais”.

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A tensão atingiu o ápice na Colômbia e no México, onde os presidentes se recusaram a receber os aviões com deportados. O primeiro a fazê-lo foi o governo mexicano, em 24 de janeiro, sem dar explicações. Dois dias depois, foi a vez do líder colombiano, Gustavo Petro, contrariar a ordem de Trump e recusar a entrada das aeronaves, sob argumentos de que os imigrantes não estavam sendo transportados com dignidade.

Em retaliação, o republicano ameaçou impor tarifas de 25% sobre todos os produtos colombianos, que subiriam para 50% em uma semana. A tensão foi controlada após os governos firmarem um acordo para repatriação de imigrantes ilegais. Desta forma, a gestão Trump suspendeu as sanções e taxas prometidas. Em seguida, o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, afirmou que seu país considerava o impasse “superado”.

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