Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reúnem nesta segunda-feira (14) em Luxemburgo para discutir os principais desafios da política externa do bloco, com foco central na guerra na Ucrânia.
O encontro ocorre um dia após um ataque russo com mísseis atingir a cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia, durante o Domingo de Ramos. Ao menos 34 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas, segundo autoridades locais — um dos ataques mais letais em meses.
A ofensiva gerou reações imediatas de líderes europeus. O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou Moscou por seu “flagrante desrespeito à vida humana, ao direito internacional e aos esforços diplomáticos do presidente Trump”.
Já o chanceler alemão, Friedrich Merz, classificou o ataque como um “grave crime de guerra” e criticou a “perfídia” da ação. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, afirmou que o bombardeio representa “a versão russa de um cessar-fogo”.
Na chegada ao encontro em Luxemburgo, a retórica dos chefes de política externa manteve o tom duro.
A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, declarou que o ataque reforça a necessidade de ampliar o apoio a Kiev “para pressionar a Rússia ao máximo”, diante da recusa de Vladimir Putin em aceitar uma trégua.
O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radosław Sikorski, chamou o episódio de “hediondo” e disse que foi “uma resposta irônica da Rússia aos esforços de paz de Trump”.
Nos Estados Unidos, no entanto, a reação foi mais contida. Em declarações a repórteres, o presidente Donald Trump classificou o ataque como “terrível”, mas afirmou ter sido informado de que se tratou de “um erro”.
Ele também responsabilizou seu antecessor, Joe Biden, pela escalada da guerra, dizendo: “Esta não é a minha guerra”.
Em entrevista à emissora CBS, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky demonstrou preocupação com o que chamou de crescente influência de “narrativas russas” nos Estados Unidos.
Ele culpou o vice-presidente J.D. Vance pela polêmica recente no Salão Oval e afirmou que o republicano estaria “de alguma forma justificando as ações de Putin”.
Zelensky também fez um apelo direto a Trump: “Antes de qualquer decisão ou negociação, venha ver com seus próprios olhos. Veja as pessoas, os civis, os guerreiros, os hospitais, igrejas e crianças destruídas ou mortas.”