A Justiça Federal concedeu uma pensão vitalícia de cerca de 35 mil reais mensais à publicitária Clarice Herzog, 83 anos, viúva do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto pela ditadura militar em 1975.
“Diante das fartas evidências a respeito da detenção arbitrária, da tortura e da execução extrajudicial de Vladimir Herzog, o pedido autoral de reconhecimento da sua condição de anistiado político, com as suas consequências legais, apresenta plausibilidade jurídica”, afirmou o juiz Anderson Santos da Silva, da 2ª Vara Cível do Distrito Federal, que determinou o valor, correspondente ao cargo de diretor que o jornalista ocupava na TV Cultura. O magistrado também levou em conta a idade de Clarice e o diagnóstico de doença de Alzheimer em fase avançada. A sentença ainda não é definitiva e deverá ter seu mérito avaliado no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1).
Em outubro de 1975, Vladimir Herzog foi ao prédio do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) e nunca mais foi visto com vida. Após a morte do marido, Clarice liderou um movimento que cobrou investigação da versão de suicídio forjada pelo Exército e a punição dos responsáveis.
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