O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, aumentou a fervura contra as big techs em discurso de aula inaugural de um curso de pós-graduação em Defesa da Democracia e Comunicação Digital, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça, 11.
Aliás, o magistrado tem usado o púlpito das universidades para enviar recados às redes sociais e para os grandes empresários que comandam as plataformas de comunicação em massa através do compartilhamento de conteúdos.
“Por enquanto nós e os demais países conseguimos manter a nossa soberania nacional e a nossa jurisdição, porque as big techs necessitam das nossas antenas de comunicação. Não é por outros motivos que uma das redes sociais tem como sócio alguém que tem outra empresa chamada Starlink e que pretende colocar satélites de baixa órbita no mundo todo para não precisar das antenas de nenhum país”, afirmou Alexandre de Moraes.
O ministro apontava para Elon Musk, bilionário dono do “X” e de outras empresas, que hoje ocupa um cargo na Casa Branca. Alexandre de Moraes vem tendo embates com o empresário desde o ano passado.
Mas o magistrado não parou por aí. Disse que as big techs estão indo para “o tudo ou nada” porque algumas nações começaram a aprovar regulamentações que vão contra os interesses delas.
“[A rede social] é um meio de comunicação, basta uma simples interpretação. É um meio de comunicação porque leva vídeos e notícias às pessoas. Eu entendo que, na verdade, nós nem precisaríamos de lei, é só aplicar o que já temos. Não podemos acreditar que as big techs são neutras. As big techs têm lado, têm posição econômica, religiosa, política, ideológica e programam seu algoritmo para isso”, disse Alexandre de Moraes.
Processado por empresas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticado diversas vezes por Musk e outros CEOs de redes sociais, como a Rumble, o ministro não se furta a fugir do embate.