No próximo domingo, 15, o ambientalista e ativista político Francisco Alves Mendes Filho completaria 80 anos. Chico Mendes, como ficou eternizado, morreu no auge da vida, aos 44 anos, assassinado no quintal da própria casa, em Xapuri, pequeno município do Acre, que virou símbolo do movimento ambientalista mundial. Para que ninguém esqueça que foi a luta pela preservação da Amazônia e dos direitos dos povos originários lhe custou a vida, a data de seu octogenário será comemorada em grande estilo. Xapuri vai se transformar também em um polo cultural de 15 a 22 de dezembro, que é o dia da morte Chico Mendes. Serão realizadas oficinas de formação de profissionais do audiovisual, rodas de conversas, ações socioambientais, entre outros eventos.
Neste ano, a Semana Chico Mendes será diferente, pois conta com novos protagonistas, que ajudam a abrilhantar a festa. Participam nomes conhecidos do cinema brasileiro como Bruno Gagliasso, Rafael Dragaud e Joana Henning, pilares de um time de profissionais afiados, que aproveitam a festa para mergulhar no universo de Chico Mendes.
O time de cineastas vai produzir dois filmes sobre o ambientalista. Um deles é um documentário previsto para estrear em novembro, durante a 30ª Conferência do Clima da ONU, em Belém. “O outro é uma ficção. Escolhemos fazer um faroeste”, disse à VEJA, Joanna Henning, CEO do Estúdio Escarlate, empresa responsável pelos dois produtos cinematográficos. Bruno Gagliasso interpreta o assassino de Chico Mendes, Darci Alves Pereira, que ainda está vivo, enquanto Jorge Paz vive o ambientalista. “Queremos alça-lo ao lugar de herói. ” É urgente contar uma história como a de Chico Mendes, em uma época em que a luta para desacelerar o aquecimento global ainda perde para o processo de desenvolvimento a qualquer preço do capitalismo selvagem. De janeiro a outubro, o território brasileiro teve três vezes mais focos de incêndios do que o ano passado. No total, o Brasil queimou o equivalente a um estado de Tocantins, de mata nativa. A maior parte das queimadas foram criminosas.
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Foi esse sentimento urgência que conquistou Gagliasso: “Chico foi um revolucionário, que lutou pelo que há de mais valioso em nosso país e pelo que o mundo precisa para sobreviver, que é a Floresta Amazônica de pé. Internacionalizar a biografia de um “super-herói brasileiro”, segundo as próprias palavras do ator, vai internacionalizar a luta e os valores da Amazônia, ainda muito desconhecidos até pelos brasileiros. Gagliasso e Paz são os idealizadores e produtores associados da proposta em parceria com o Estúdio Escarlate.
Lançamentos
Durante a Semana Chico Mendes, o grupo de cineastas lança o projeto Chico Vive, que inclui uma TV digital, que irá transmitir conteúdos sobre a Floresta Amazônica durante a estadia deles por ali. Também prevê um prêmio para jovens ambientalistas e oficinas de formação de profissionais do audiovisual. Os cursos irão passar noções sobre roteiro, produção e direção entre outras especializações importantes. Isso porque a equipe dos filmes terá a participação de profissionais locais. “Também queremos deixar um legado para a cidade”, diz Joanna. Xapuri também vai deixar marcas inesquecíveis na vida desse grupo de cineastas.