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Abepar alerta: ‘banalização da violência entre jovens precisa ser interrompida’

Agressão violenta física ou verbal com a intenção de intimidar é uma prática antiga, que traz consequências graves às vítimas, dependendo da intensidade com que acontece. O chamado bullying é um problema crônico e antigo, o que não justifica qualquer tentativa de banaliza-lo. Ele traz sofrimento, isolamento e consequências emocionais, que muitas vezes acompanham à pessoa oprimida a vida toda. Cerca de 23% dos brasileiros declaram ter sido vítima deste tipo de humilhação, pelo menos uma vez na vida, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na primeira semana de aula, o Colégio Santa Cruz, em São Paulo, se deparou com a escalada do cyberbullying, que é uma variação mais moderna de intimidação típica das redes sociais. Alunos do 2° e 3° ano do ensino médio estavam envolvidos na administração de um grupo de WhatsApp, com cerca de 200 integrantes, usado para fazer apologia ao racismo, homofobia e misoginia contra calouros. Ao saber da história, o colégio suspendeu 34 estudantes. “O bullying não é um problema apenas do Santa Cruz, mas de toda as escolas. É preciso aproveitar a crise para discutir mais a questão”, disse Maria Eduarda Sawaya, presidente da Associação Brasileira das Escolas Particulares (Abepar), em entrevista a VEJA, que está logo abaixo. Ela alerta que  a escola precisa dos pais para frear o processo de banalização da violência.

Na última sexta-feira, o Colégio Santa Cruz suspendeu 34 alunos, que foram responsabilizados por um caso de cyberbullying. O que a Abepar achou disso? É um evento lamentável, mas o bullying não é uma exclusividade do Santa Cruz. Todas as escolas estão vulneráveis. A Abepar usa isso como uma oportunidade para reconhecer o papel educativo da escola e a necessidade da parceria com as famílias. O processo educacional não é apenas uma responsabilidade da escola. Escola e pais precisam estar de mãos dadas.

O caso surgiu justamente no início da implantação da lei federal que proíbe o uso do celular no ambiente escolar.  Isso pode ajudar em diminuir o bullying? No caso do celular, não adianta ter uma legislação em prol da saúde e do desenvolvimento da criança e do adolescente, se os hábitos continuar os mesmos em casa. As famílias também precisam fazer parte desse processo. O caso do Santa Cruz é um reflexo da sociedade que estamos vivendo, com política polarizada e muita radicalização. Os pais controlam o tempo de uso, mas não o conteúdo como o cyberbulying. É preciso controlar o conteúdo que os filhos navegam. Escola e família precisam estar juntos na prevenção. As punições da escola são necessárias, mas elas não são suficientes.

A senhora acha que os alunos deveriam ser expulsos? A expulsão não resolve, porque não dá a oportunidade de reeducar. Abepar vê a suspensão como uma oportunidade para retomar protocolos e procedimentos. As escolas precisam ter regras no ambiente físico e virtual, com reforços e controle, de acordo com os projetos pedagógicos de cada escola. Será que esses alunos têm consciência dos riscos dos grupos de WhatsApp? Os jovens quando estão em grupo tem menor senso crítico.

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Qual é a lição deste episódio? Esses jovens precisam aprender a importância da re

+paração. No bullying sempre tem uma vítima, alguém que sofre.  É preciso ter uma compensação de danos, com políticas de inclusão, antiviolência e serviços sociais. O agressor precisa tomar consciência da força que ele tem na relação com o outro. A banalização da violência entre os jovens precisa ser interrompida. Ela faz parte do cotidiano deles e foi canalizada para as redes sociais. É uma oportunidade de a sociedade parar e olhar o que eles estão fazendo.

Leia:

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+https://veja.abril.com.br/brasil/agora-e-crime-cyberbullying-alarma-o-brasil-2o-pais-no-mundo-em-casos

+https://veja.abril.com.br/educacao/o-cyberbullying-avanca-entre-estudantes-brasileiros-na-quarentena

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