Nem sempre manifestações políticas causam um impacto positivo. Em um show no fim de março, o vocalista da Ira!, Nasi, decidiu se manifestar contra sobre as passeatas pró-anistia dos presos políticos envolvidos no 8 de janeiro. Desde então, a banda vem sofrendo as consequências desse ato político: sofreu um boicote dos bolsonarista e teve a turnê no Sul cancelada. Embora Nasi tenha falado que os shows foram “cancelados em comum acordo com o contratante” com “muita tranquilidade”, nos bastidores, esse adiamento gerou uma revolta na produtora. Mario Zeferino, produtor da 3LM Entretenimento responsável pelas apresentações, afirmou que ao todo teve um prejuízo de 70 mil reais. “Tivemos que cancelar, porque muita gente devolvendo ingresso porque o show não ia ter o público necessário para pagar os custos. Com esse cancelamento, eu perdi dinheiro da entrada dos teatros, eu perdi toda a mídia, eu perdi pessoal que fez arte, eu perdi uma série de coisas que não tem como devolver. Estou com quatro shows no Sul, onde claramente os bolsonaristas são o maior número e o cara me fala um mês antes dos shows que o bolsonarista não é bem-vindo no show dele?”, disse em entrevista à coluna GENTE.
Segundo Mario, as manifestações políticas tem prejudicados diversas produtoras nos últimos anos, já que sempre afeta uma parte do público. “A pessoa que tá pagando o ingresso, ele tá lá porque ele gosta da banda, ele quer ouvir as músicas da banda. Não é um show de política, é um show de música. Quer falar de política? Então faz o seguinte: vai alugar o teatro, pagar o som, comprar a passagem, montar o camarim, pagar o hotel e vende o ingresso”, acrescentou. Para o produtor, falar discursos partidários afetam a própria carreira dos artistas, que ficam conhecidos como “petistas” ou “bolsonaristas”. “O povo de direito com o do esquerda estão se degradeando na internet, porque um acha que ele tem razão e que o outro não tem razão, então vira essa briga. Quando a pessoa vai lá, faz o show normal, canta e vai embora, não tem polêmica nenhuma. Mas quando fala, vira esse caos que vira aí”, completou.