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A reação colérica da extrema direita internacional à inelegibilidade de Le Pen na França

Líderes internacionais reagiram nesta segunda-feira, 31, à condenação que levou à inelegibilidade da líder ultradireitista da França, Marine Le Pen, por cinco anos, ficando de fora das eleições de 2027. Maior rival do presidente francês, Emmanuel Macron, Le Pen foi considerada culpada de apropriação irregular de fundos da União Europeia (UE) para financiar seu partido de extrema direita, o Reagrupamento Nacional.

Na França, o líder do Reagrupamento Nacional, Jordan Bardella – que foi à sede do partido para se encontrar com Le Pen – condenou a decisão do tribunal, dizendo: “Hoje, não é apenas Marine Le Pen que está sendo injustamente condenada: é a democracia francesa que foi executada”.

O presidente do partido de extrema direita Reconquista, Éric Zemmour, endossou o coro e afirmou que “não cabe aos juízes decidir em quem o povo deve votar” e que, apesar das divergências, “Marine Le Pen tem legitimidade para se apresentar para o voto”. Por sua vez, o ex-líder do partido conservador Republicanos, Laurent Wauquiez, lamentou “uma decisão muito pesada e excepcional”.

Na Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que “mais e mais capitais europeias estão seguindo o caminho de atropelar normas democráticas”, concluindo: “Em geral, nossas observações das capitais europeias mostram que elas não estão nem um pouco relutantes em ir além da democracia durante o processo político”. O vice-primeiro-ministro do governo ultradireitista italiano, Matteo Salvini, também condenou a decisão.

“Aqueles que temem o julgamento dos eleitores muitas vezes encontram segurança no julgamento dos tribunais. Em Paris, condenaram Marine Le Pen e gostariam de excluí-la da vida política. Um filme ruim que também estamos vendo em outros países, como a Romênia”, escreveu nas redes sociais”, acrescentando que trata-se de “uma declaração de guerra de Bruxelas, num momento em que os impulsos bélicos de Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia) e Macron são assustadores”.

O primeiro-ministro da Hungria, foi sucinto e demonstrou apoio à líder ultradireitista, também em publicação nas redes sociais, ao exclamar “Je suis Marine”, emprestando o bordão utilizado para expressar solidariedade após o ataque terrorista à revista francesa Charlie Hebdo, que virou símbolo de atentados contra a liberdade de expressão. Ele foi acompanhado pelo líder da extrema direita da Holanda, Geert Wilders, que relatou estar “chocado com o veredito extremamente duro”.

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“Eu apoio e acredito nela 100% e estou convencido de que ela vencerá seu apelo e se tornará Presidente da República Francesa”, afirmou Wilders.

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Reação da esquerda francesa

Em contrapartida, o secretário nacional do Partido Comunista Francês, pontuou que “justiça é justiça”, argumentando: “Le Pen é uma política que exige firmeza da parte do judiciário! Respeite o sistema judicial então”.

Em comunicado, o partido de esquerda radical França Insubmissa destacou que “os fatos que foram declarados verdadeiros são particularmente graves” e prometeu combater a extrema direita “nas urnas e nas ruas, com a mobilização do povo francês, como fizemos durante as eleições legislativas de 2024” e que a luta contra a ultradireita continuará “seja qual for o candidato deles”.

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O líder da legenda, porém, teve uma reação mista. Apesar de declarar apoio “total” à declaração do França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon afirmou que “a decisão de remover um funcionário eleito deve caber ao povo”.

“É para isso que o referendo revogatório serviria em uma Sexta República democrática”, escreveu no X, antigo Twitter, criticando assim as sentenças de inelegibilidade com aplicação imediata.

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Entenda a condenação

O Tribunal Penal de Paris considerou Le Pen, outras oito pessoas que eram legisladores da União Europeia na época dos crimes e doze assistentes parlamentares culpados de desvio de fundos da União Europeia. Os réus não foram acusados ​​de embolsar o dinheiro, mas sim de usar fundos do bloco em benefício de seu partido.

“Foi estabelecido que todas essas pessoas estavam realmente trabalhando para o partido, e que seu legislador (da UE) não havia dado a elas nenhuma tarefa”, declarou a juíza Bénédicte de Perthuis, presidente do tribunal. “As investigações também mostraram que esses não foram erros administrativos, mas desvio de fundos dentro da estrutura de um sistema estabelecido para reduzir os custos do partido.”

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Le Pen, que estava sentada na primeira fila do tribunal, foi vista balançando a cabeça da direita para a esquerda, indicando dizer “não” enquanto ouvia a sentença. Ela deixou a corte antes da leitura acabar. Além da inelegibilidade, ela também foi condenada a quatro anos de prisão, com possibilidade de cumprimento em regime de prisão domiciliar e tornozeleira eletrônica, e uma multa de 100 mil euros.

“O tribunal levou em consideração, além do risco de reincidência, a grande perturbação da ordem pública se uma pessoa já condenada fosse candidata à eleição presidencial”, acrescentou de Perthuis.

Em 2027, Macron já não poderá concorrer novamente, pois atingiu o limite de dois mandatos presidenciais. Ele deverá apontar um sucessor de seu partido centrista, o Juntos.

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