Sob a gestão de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, o equilíbrio das contas segue sendo um ponto de destaque na comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa de juros, Selic a 14,25% ao ano, na noite desta quarta-feira. No comunicado divulgado após o fim da reunião, o Banco Central mais uma vez reforça a necessidade de controle fiscal, dizendo que está monitorando de perto como as decisões do governo Lula sobre gastos e dívidas afetam os juros e os mercados.
“O Copom mostra no comunicado que segue acompanhando a política fiscal e os impactos da política fiscal em relação à política monetária e ativos financeiros”, diz Pedro Moreira, sócio e operador da mesa de Renda Variável da One Investimentos. No comunicado, o Copom ainda destaca que a confiança dos investidores e economistas na responsabilidade fiscal do governo influencia diretamente os preços de ativos, como o dólar e os juros, além das expectativas para o futuro da economia.
“O comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, diz o comunicado.
“O recado do Copom ao governo, especialmente na figura do Galípolo, é claro: sem responsabilidade fiscal, não há espaço para uma política monetária mais flexível e sustentável no médio prazo”, diz Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.