A avaliação do governo Lula pelo mercado financeiro foi considerada negativa por 88% dos ouvidos pela pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 19. A avaliação negativa recuou dois pontos em relação ao levantamento anterior, em dezembro, mostrava insatisfação correspondente a 90%. Já atuação de Haddad, antes bem vista pelos agentes, agora é majoritariamente negativa: 58% dos entrevistados avaliam como ‘negativa’, enquanto que no levantamento de dezembro, apenas 24% reprovavam o trabalho do ministro.
A avaliação positiva é de 10%, enquanto que na medição passada chegou em 41%. Os agentes do mercado avaliam que há uma redução da força das ações do Ministério da Fazenda. 85% dos respondentes veem que há uma queda nessa força, enquanto que em novembro, 61% viam a questão desta forma. Em março do ano passado, apenas 14% avaliavam que o ministro tinha uma força diminuta frente ao governo.
Na opinião dos entrevistados, Lula é quem toma as decisões de política econômica do país: enquanto 92% apontam Lula como o responsável, apenas 5% acreditam ser Haddad o vilão.
A única figura da pesquisa que tem sinalização positiva é Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central que está no cargo desde janeiro. A avaliação ‘negativa’ dele é de 8%, enquanto 45% avalia como ‘positiva’. 41% veem como ‘regular’ e 6% não souberam responder.
Foram feitas 106 entrevistas junto a fundos de investimentos em São Paulo e no Rio de Janeiro, com coleta por meio de questionários online entre os dias 12 e 17 de março. Participaram gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão.
“A explicação para essa avaliação tão negativa do governo está na percepção generalizada no mercado que a política econômica do país está indo na direção errada: apenas 7% defendem a política econômica atual”, afirmou Felipe Nunes, diretor da Quaest.
Queda de popularidade
A pesquisa questionou os entrevistados do mercado financeiro sobre os principais motivos para a queda de popularidade do presidente Lula. Entre fatores “muito importantes”, eles responderam alta nos preços dos alimentos (64%), equívocos na política econômica (56%), aumento dos impostos (41%) e violência urbana e insegurança (36%).
Entre temas “pouco importantes” para a queda de popularidade, os representantes do mercado colocam enfrentamento do agronegócio e outros (79%), não entregar o que prometeu (60%) e erros de comunicação (56%).