Em busca da consolidação da carreira de atriz, Gabriela Kulaif, que mora há vinte anos em Los Angeles, estreia nas telas americanas com o filme BitterSweet que conta sua própria história. Casada com o ator e diretor Steven Martini, que foi diagnosticado com autismo nos primeiros anos de casamento, a vida dos dois virou de cabeça para baixo quando ele foi proibido de entrar judicialmente em sua casa. O episódio ocorreu devido uma crise conhecida como “meltdown”, mistura de ansiedade com pânico. Quando os vizinhos escutaram os gritos, chamaram a polícia.
Agora, estrelando um longa que viveu em primeira pessoa, Gabriela realiza o sonho a ser uma das brasileiras que conseguiu “chegar” a Hollywood. Seu primeiro trabalho como atriz foi aos 17 anos, quando subiu ao palco pela primeira vez em um espetáculo da escola de teatro Macunaíma, onde se formou em Teatro – em paralelo, se formou também em Publicidade na FIAM. “Atuar está na alma, mas é lógico que tive que me esforçar muito. Tive meu primeiro filho aos 18 anos e precisei colocar os pés no chão e trabalhar como publicitária por cinco anos. Aos 27, vim para os EUA sozinha com o meu filho de 7 anos”, conta ela à coluna GENTE.
Embora não tenha se mudado para Los Angeles com o propósito de ser atriz, ela conseguiu abrir portas no mercado. “Se eu tivesse nascido aqui, talvez teria mais portas abertas, mas estou desbravando e abrindo minhas próprias portas, o processo é super engrandecedor pois sinto que o mérito é só meu”. Para o futuro, pretende se inspirar com os projetos e personagens vindouros. “Meu principal objetivo é atuar em papéis inspiradores e que causem algum tipo de transformação na vida das pessoas, como é o caso de BitterSweet, que tenho certeza que vai ajudar muita gente. Produção e direção também são minha paixão e não me vejo deixando esses lugares no cinema. E claro, também tenho muita vontade de atuar no Brasil”, planeja.
O atual projeto já rendeu à Gabriela o prêmio de melhor produtora em um festival de Los Angeles, além de uma indicação de melhor atriz e três exibições no Marchè du Film, durante o Festival de Cannes. Gabriela tem um filho de nove anos também diagnosticado com autismo.