Um mês depois de um grande apagão nacional, a rede elétrica de Cuba entrou em colapso na noite de sexta-feira, 14, provocando uma queda de energia em todo o país e deixando seus mais de 10 milhões cidadãos na escuridão.
“Por volta das 20h15 desta noite, uma falha na subestação Diezmero causou uma perda significativa de geração no oeste de Cuba e com ela a falha do Sistema Elétrico Nacional”, informou em nota o Ministério de Minas e Energia de Cuba.
As ruas de Havana estavam escuras e vazias, com a luz vindo apenas das janelas dos hotéis que tinham geradores. O serviço de internet foi afetado.
Em fevereiro, o país já havia enfrentado cortes simultâneos em 57% do seu território, depois de três grandes quedas que se estenderam por vários dias no final do ano passado, em meio à marca de 53% nas taxas de déficit energético – quando a energia ofertada é menor do que a demanda.
Problemas estruturais
A falta de combustível importado e os problemas de funcionamento das termelétricas, que remontam à União Soviética, são os principais fatores para o agravamento da crise energética no país. Ao todo, Cuba consome oito milhões de toneladas de combustível por ano. Desse número, apenas três milhões são produzidas no país. O restante é fruto da importação de aliados, principalmente Venezuela, Rússia e México, que são incapazes de suprir o rombo cubano.
A ilha tem sete usinas termelétricas e vinte unidades geradoras de energia, entre as quais sete tiveram funcionamento interrompido nos últimos dias por problemas ou para manutenção. Para tentar driblar o problema, Cuba alugou usinas flutuantes ao longo dos anos, mas apenas cinco continuam em operação.
A infraestrutura elétrica precária de Cuba, somada a uma crise econômica de longo prazo devido às sanções norte-americanas, complica ainda mais os esforços de recuperação do país. Além da falta de eletricidade, o país enfrenta uma escassez generalizada de alimentos, medicamentos e combustíveis. A inflação disparou e os serviços básicos, como escolas, hospitais e comércios, estão profundamente afetados.