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Marcelo Serrado, sobre vilão de Beleza Fatal: ‘As pessoas me odeiam’

Beleza Fatal é um sucesso de público. Esperava essa repercussão? Eu tinha noção de que a novela ia ser boa, mas confesso que não esperava essa receptividade toda. Fui à Sapucaí e foi impressionante, parecia que eu estava em uma novela da Globo. Era toda hora um “Dr. Peitão”, “Cuidado com a Lola”. É um momento importante para a dramaturgia nacional, abre um novo caminho.

Você já fez muitas novelas na TV aberta. Sentiu diferença atuando no streaming? Senti na duração, porque são quarenta capítulos. Fui protagonista de novela das 7 e gravava 25, 30 cenas por dia. É uma diferença brutal. Em Beleza Fatal eram só seis ou sete, às vezes oito. É um trabalho menos cansativo.

Há alguns anos, o ator que vivia um vilão asqueroso como Rog não andava na rua sem ser xingado. Viveu isso? Total. As pessoas chegam em mim falando: “Mermão, eu te odeio. Gosto do Marcelo, mas odeio você’’. Acompanho a novela no X e as pessoas me odeiam completamente. E está tudo certo. O Rog é da pior espécie, mas também tentei colocar humor no personagem, porque acho isso muito importante.

Um dos motivos de ele ser tão odiado é a relação abusiva com a esposa, Gisela. Isso espelha a vida real? Há muitas situações assim entre casais, e é complicado. Eu mesmo vivi uma relação com uma namorada, há muitos anos, em que ela sempre me colocava para baixo. No caso do Rog, ele faz a Gisela se sentir mal a ponto de ela achar que o problema está nela. É um clássico do homem manipulador. É muito triste e muito real.

O Crô, de Fina Estampa, foi um marco na sua carreira. Acha que esse pode ser um novo divisor de águas?  Acho que sim. O Rog entrou em uma lista dos que eu considero como grandes personagens. Ele com certeza é um gigante, está entre os três melhores.

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Quando sofreu de síndrome do pânico, você vocalizou muito a questão da saúde mental. Por que levantar essa bandeira? Tenho falado bastante nas redes e faço algumas palestras. De certo modo, isso acabou me ajudando. Acho importante falar porque me senti acolhido quando ouvi pessoas como Simone Biles ou Jim Carrey se abrindo sobre saúde mental. Então, levanto essa bandeira mesmo. As pessoas falam: “Você tem uma vida boa, grana, família”, mas a gente não sabe onde o calo aperta. E a recepção a isso é muito bacana. Outro dia uma senhora pediu uma foto, agradeceu por eu me abrir e disse que não estou sozinho.

Publicado em VEJA de 14 de março de 2025, edição nº 2935

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