A força-tarefa responsável pelas investigações sobre o assassinato do empresário e delator da facção criminosa PCC, Vinicius Gritzbach, morto a tiros no aeroporto de Guarulhos em novembro passado, encerrou o inquérito do caso nesta sexta-feira 14 com o indiciamento de seis pessoas. A informação foi confirmada pelo coordenador da força-tarefa, delegado Osvaldo Nico Gonçalves. O relatório final será agora encaminhado à Justiça.
Entre os indiciados há três policiais militares. O cabo Denis Antonio Martins e o soldado Ruan Silva Rodrigues foram apontados como os executores dos disparos, e o tenente Fernando Genauro foi apontado como o motorista do carro utilizado no atentado. Todos eles já estão presos preventivamente.
Emílio Carlos Gongorra, conhecido como Cigarreira, e Diego Amaral, o Didi, foram indiciados como mandantes do crime. Segundo a polícia, eles são traficantes procurados e têm ligação com facções criminosas como PCC e Comando Vermelho. Kauê Amaral foi apontado como olheiro do grupo criminoso, responsável pelo monitoramento de Gritzbach quando ele desembarcou no aeroporto.
Segundo a força-tarefa, o crime teria sido cometido por vingança, por causa da suposta participação de Gritzbach no assassinato de Adelmo Santa Fausta, integrante do alto escalão do PCC, conhecido como Cara Preta, em 2021. A polícia pediu que os mandados de prisão temporária contra os seis indiciados sejam convertidos em prisão preventiva.
O relatório resultante de pouco mais de quatro meses de investigação foi finalizado com 486 páginas. Foram analisadas mais de 20.000 páginas de inquérito e cerca de seis terabytes de material, como dados de telefones celulares, cruzamento de informações telemáticas e bancárias, imagens de câmeras de segurança e rastreamento de deslocamentos de suspeitos.
“É um inquérito que traz provas técnicas robustas para que possamos amparar o Ministério Público em suas denúncias”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Arthur Dian. Além dessa investigação, há outras sendo desenvolvidas no âmbito das corregedorias das Polícias Civil e Militar para apurar a participação de policiais em eventos preparatórios para o crime.
Quando foi morto, Gritzbach estava delatando ao Ministério Público de São Paulo esquemas de lavagem de dinheiro do PCC e a participação de membros da corporação em atividades criminosas.