A greve dos auditores-fiscais da Receita Federal, que já se estende por mais de 100 dias, atingiu uma nova escalada com a implementação da operação “Desembaraço Zero”, anunciada pelo Comando Nacional de Mobilização (CNM). A paralisação suspendeu temporariamente o desembaraço aduaneiro de mercadorias, um procedimento essencial para a liberação de produtos que entram e saem do país. Essa medida, que afeta diretamente a economia nacional, está prevista para durar 15 dias, com exceções apenas para cargas prioritárias, como medicamentos, alimentos perecíveis e animais vivos.
A categoria, representada pelo Sindifisco Nacional, reivindica um reajuste salarial que cubra as perdas inflacionárias acumuladas, argumentando que o atraso na reposição salarial compromete a capacidade dos auditores de executar suas funções de maneira adequada. O sindicato destaca, no entanto, que os auditores reconhecem a importância de suas atividades para o funcionamento do Estado e estão dispostos a encerrar a greve assim que o governo federal apresente uma proposta concreta.
Enquanto a operação “Desembaraço Zero” prossegue, os efeitos econômicos da paralisação começam a ser sentidos com maior intensidade. Setores como o agronegócio e a indústria automotiva, que dependem fortemente da importação de insumos e da exportação de produtos, já relatam prejuízos significativos devido ao atraso na liberação de mercadorias. Desde o início da greve, aproximadamente 75 mil remessas de exportação e importação foram retidas nos principais terminais alfandegários do país, resultando em um colapso logístico. O impacto financeiro é substancial, com perdas estimadas em bilhões de reais, tanto para o setor privado quanto para os cofres públicos.
