O cantor Alice Cooper acaba de anunciar que fará show no Brasil no dia 14 de junho, dentro do festival Best of Blues, no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Aos 77 anos, embora ainda mantenha a voz quase intacta, ele já se encontra bem distante do auge do seu sucesso, que ocorreu no início da década de 70. Naquela época, ele causou furor misturando rock pesado com apresentações teatrais com clima tosco de terror, com pinta de castelo do horror de parquinho de diversão. Guilhotinas, jorros de sangue e decapitações faziam parte do cardápio fofo, mas o grande frisson era quando o artista surgia em cena com uma jiboia enrolada no pescoço — e o bicho era de verdade. Confira aqui um trecho de um espetáculo antigo:
Com a cobra e tudo mais a que tinha direito, Alice Cooper desembarcou no Brasil para apresentações em 1974, época em que quase nenhum superstar se arriscava por estas bandas do equador, ainda mais no auge da fama por conta de álbuns como School’s Out e Killer. Por isso, a primeira apresentação dele, ocorrida em março daquele ano no ginásio do Anhembi, em São Paulo, marcou época. Entre o público presente (segundo a lenda, 180 000 pessoas) estava a cantora Rita Lee.
Com o espírito de ativista de cuidados aos animais, ela se indignou ao ver que a cobra era pisoteada no palco (na verdade, eram duas a serviço de Alice Cooper). Segundo contou em sua autobiografia, Rita resolveu dar um jeito na situação: a cantora se embrenhou nos bastidores da apresentação, fez amizade com o tratador responsável pelas jiboias — e acabou saindo de lá levando os bichos para a casa dela.
O roqueiro rapidamente repôs os animais roubados e até hoje a cena com a jiboia continua sendo uma de suas marcas registradas.