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Ao atirar no Ibama, Lula deixa uma bomba no colo de Marina

O presidente Lula decidiu colocar mais lenha na fogueira em uma disputa política entre duas alas do seu governo – a ambientalista e a desenvolvimentista -, deixando uma bomba no colo da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Ao escolher um lado no embate, o líder petista afirmou, em entrevista nesta quarta-feira, 12, que é preciso “autorizar que a Petrobras faça pesquisa” na Margem Equatorial, região que se estende por mais de 2.200 km ao longo da costa entre o Rio Grande do Norte e o Amapá. 

“É isso que nós queremos. Se depois a gente vai explorar é outra discussão. O que não dá é pra gente ficar nesse lenga-lenga, o Ibama é órgão do governo parecendo que é um órgão contra o governo”, afirmou Lula.

A área fica na bacia da Foz do Rio Amazonas e a força das correntes marítimas do Oceano Atlântico aumentam o risco de danos em caso de vazamento de óleo – mesmo que a perfuração seja apenas para descobrir a qualidade do petróleo, como quer a estatal.

O presidente acabou se colocando ao lado dos desenvolvimentistas que defendem a economia do petróleo, com mais emissão de gases de efeito estufa. O que Marina Silva defende não é somente a transição energética, mas que o Brasil lidere um desenvolvimento limpo no mundo.

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Ao ceder ao lobby do Petróleo, Lula comentou a questão. “A Petrobras é a empresa mais responsável, tem a maior experiência de exploração de petróleo em águas profundas. Vamos cumprir todos os ritos necessários para que a gente não cause nenhum estrago na natureza, mas a gente não pode saber que tem uma riqueza embaixo de nós que a gente não vai explorar. Até porque é dessa riqueza que a gente vai ter dinheiro para construir a famosa e sonhada  transição energética”, disse o presidente.

Na semana passada, Marina Silva se pronunciou mais uma vez sobre a questão, já que a exploração da na bacia sedimentar a colocou, ao longo de dois anos, em rota de colisão com a Casa Civil e o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, que é do Amapá.

Na ocasião, a ministra lembrou que o estudo de exploração de petróleo na Margem Equatorial está nas mãos do corpo técnico do Ibama, que fará uma avaliação como manda a lei. Rememorou também que não é ela ou presidente do Ibama que define se pode ou não fazer uma perfuração na área para a estatal descobrir a qualidade do petróleo, mas esses técnicos do Instituto. Como se sabe, eles não têm o nome divulgado para evitar maior pressão sobre o trabalho deles.

Ocorre que, como não tem um cronograma de decisão ou um prazo dentro do Ibama, o governo fica em uma espera interminável, abrindo-se espaço para todo o tipo de crítica, como a do presidente Lula no dia de hoje. É esperar para ver como a Marina irá responder o novo posicionamento do chefe.

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