O Brasil perdeu posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, ranking da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional divulgado nesta terça-feira, 11, chegando à pior nota e colocação desde o início da série histórica, em 2012.
O índice lista os países por meio de uma pontuação que vai de 0 a 100. Quanto menor a pontuação, pior é a percepção de corrupção do país. Em 2024, o Brasil recebeu 34 pontos, abaixo tanto da média para as Américas (42) quanto para o mundo (43). No ano anterior, o país havia recebido 36 pontos.
A Transparência Internacional trabalha com treze pesquisas diferentes feitas por doze organizações globais, que ouvem especialistas e o mercado sobre a percepção a respeito da corrupção em um país.
No ano passado, o Brasil ficou na 107ª posição dentre 180 países, quatro postos abaixo de 2023.
A melhor pontuação para o país ocorreu em 2012, primeiro ano da série histórica, e novamente em 2014, com a marca de 43 pontos.
Embora 32 países tenham reduzido seus níveis de corrupção desde 2012, segundo o levantamento, 148 permaneceram estagnados ou pioraram durante o mesmo período. A média global (de 43 pontos) também ficou parada por anos, enquanto mais de dois terços dos países pontuam abaixo de 50.
Como ficou a corrupção ao redor do globo?
A pontuação média do Oriente Médio e do Norte da África cresceu, mas este é o primeiro aumento em mais de uma década e é de apenas um ponto — de 38 para 39. A Transparência Internacional cita os conflitos e o autoritarismo como os principais desafios da região em termos de corrupção. “Os mesmos fatores se combinam com sistemas de justiça fracos na Europa Oriental e na Ásia Central, que têm a segunda menor média do mundo”, afirma a ONG.
A África Subsaariana é dona da pontuação mais baixa do globo. Pressões severas que vão das mudanças climáticas a conflitos dificultam o progresso nesta região, segundo a ONG. E embora a Ásia-Pacífico tenha uma série de países em melhoria, sua pontuação média está caindo.
Os destaques positivos são a Europa Ocidental e a União Europeia – o top dois do ranking inclui Dinamarca e Finlândia –, mas suas pontuações diminuíram no geral pelo segundo ano consecutivo. “Muitos líderes estão servindo a interesses comerciais em vez do bem comum e as leis são frequentemente mal aplicadas”, avalia a Transparência Internacional.
Do outro lado do Atlântico, as Américas são destaque negativo devido à impunidade geral, ataques ao espaço cívico e a influência do crime organizado e das elites na política, segundo a ONG.