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Queda de avião em SP: Cenipa investiga causa de fraco desempenho do motor

Os detalhes sobre o acidente de avião que causou duas mortes e deixou outras três pessoas feridas na manhã desta sexta-feira, 7, em São Paulo só serão descobertos após um longo trabalho de apuração do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira. Uma das principais perguntas que os investigadores da Aeronáutica querem responder é quais foram os motivos que levaram a aeronave a não atingir a altitude mínima para o voo. O Aeroporto do Campo de Marte fica a menos de 10 quilômetros da Avenida Marquês de São Vicente, local onde o avião caiu.

“O que faz os aviões ganharem altitude é a tração produzida pelos motores. No caso, as hélices, tracionadas pelos motores. Isso poderia ser uma causa. Ou, alguma falha em controle de voo. Esse é o máximo que se poderia especular”, diz o consultor em segurança aeronáutica, Lito Sousa. As possibilidades que podem ter levado ao fraco desempenho dos motores são inúmeros: falha mecânica, problema no combustível, entre vários outros fatores. Mas apenas o relatório do Cenipa poderá apontar o que, de fato, ocorreu. “Um acidente aéreo é muito complexo e, é por isso, que os técnicos e quem trabalha na aviação espera tanto pelo relatório porque só no relatório se consegue entender quais são as linhas de contribuições que levaram ao acidente”.

Nesta sexta-feira, os agentes do Cenipa começaram a coleta de provas por volta das 9h e seguiram com os trabalhos até as 13h30, momento em que os destroços do avião começaram a ser retirados da pista. O trabalho de investigação verifica as imagens disponíveis de testemunhas e de câmeras de segurança, marca com exatidão os locais onde foram parar os destroços e utiliza um scanner 3D para tentar reconstruir a cena. Além disso, outras evidências são analisadas. Por exemplo, a maneira como a hélice fica retorcida no momento da colisão permite que os investigadores identifiquem a potência que os motores estavam se desenvolvendo.

SP tem três acidentes aéreos em 30 dias

Três acidentes aéreos ocorreram em São Paulo desde janeiro. O primeiro foi dia 9 de janeiro, na praia de Ubatuba. Na ocasião, quatro tripulantes do avião sobreviveram ao acidente e o piloto, Paulo Seghetto, morreu no local. O segundo episódio foi a queda de um helicóptero em Caieiras, na Grande São Paulo, no dia 16 de janeiro, que vitimou o empresário André Feldman e sua esposa Juliana Alves Feldman.

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Nesta sexta-feira, 7, a queda do avião em meio a Marquês de São Vicente, avenida movimentada da Barra Funda, bairro na Zona Oeste da capital paulista, deixou três pessoas feridas – um motociclista que saiu de cima da moto ao sentir um estilhaço do avião, e duas pessoas que estavam em um ônibus atingido pelos destroços – e dois mortos: o advogado Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, e o piloto Gustavo Carneiro Medeiros, de 44 anos.

Na entrevista que concedeu a VEJA, o especialista em segurança aeronáutica Lito Sousa descarta que possa haver qualquer ligação entre os acidentes e afirma que não houve qualquer mudança recente no regulamento ou nos procedimentos de segurança. Apesar de incomum a ocorrência de acidentes em sequência, as causas só poderão ser compreendidas após o trabalho investigativo ser concluído em todos os episódios. “Como não sabemos as causas, é difícil entender a raiz do problema. Se é um problema humano que está se desenvolvendo, ou não”, disse Sousa.

É fato, porém, que tem ocorrido mais mortes em acidentes aéreos nos últimos dois anos do que em períodos anteriores. Segundo dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), do Cenipa, no ano passado 153 pessoas morreram em acidentes com aeronaves. O número foi inflacionado por um único acidente, o da Voepass, em Vinhedo, no interior de São Paulo, que tirou 62 vidas. Ainda assim, o número é alarmante. Em janeiro e fevereiro de 2024, há o registro de 17 mortes em 38 acidentes. Neste ano, dez pessoas já morreram em 21 acidentes.

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