Impopular nas pesquisas e cada vez mais pressionado pelo aumento dos preços no supermercado e nos postos de combustíveis, o presidente Lula mudou a comunicação do governo, passou a surgir diariamente em postagens engraçadinhas nas redes sociais, mas não escapou de uma situação, no mínimo, incômoda.
Nesta quarta, ao falar do possível reajuste da Petrobras sobre os preços do diesel e de produtos da estatal, o petista lançou mão de dados para dizer que a situação atual ainda é melhor do que a registrada na gestão passada. Em bom português, Lula foi “na vírgula” para tentar convencer o eleitor de que, apesar de ruim, o momento do país, sob mando petista, é menos pior que o já vivido com Jair Bolsonaro.
“É muito importante lembrar, inclusive com uma inflação de 7% ou 8% no período, ainda estão mais baixos, tanto o diesel quanto a gasolina (do que o governo passado)”, disse Lula, numa variação de outra fala já registrada na semana passada, quando endereçou o recado a uma categoria que sente diariamente o peso dos preços dos combustíveis nas bombas: “Caminhoneiros só precisam saber da verdade, o preço em 2022 e agora; eles sabem que está mais barato”.
Não é fácil a situação do Planalto. Para uma parcela cada vez maior da população, Lula faz um governo igual ao de Bolsonaro. Os preços dos combustíveis e dos produtos no supermercado são altos e não há comparação com dados de 2022 que alivie a situação da gestão petista diante do eleitor que acreditou na conversa da picanha.