A acusação de plágio feita pelo sambista brasileiro Toninho Geraes contra a cantora britânica Adele ganhou novo capítulo nas últimas semanas, com a entrada nas páginas policiais. Em meio a negociações frustradas que se arrastam desde 2021 e a um imbróglio judicial, um dos advogados que afirma representar a artista foi intimado a depor em um inquérito da Polícia Civil. A investigação apura se a assinatura de Adele foi falsificada em uma procuração, usada durante uma audiência de conciliação no caso. Geraes acusa a cantora de plagiar a canção “Mulheres” — famosa na voz de Martinho da Vila — em sua música “Million Years Ago”.
O problema começou em 19 de dezembro do ano passado, em uma audiência de conciliação proposta pelo escritório Veirano Advogados, que afirma representar Adele. O encontro, apesar de ter durado quatro horas de calorosos debates, não surtiu efeito. A defesa da britânica sequer propôs um acordo e, naquele dia, apresentou uma procuração em nome da cantora com assinatura que, segundo os representantes de Geraes, não correspondia aos padrões dela. Depois, juntou no processo outra procuração, desta vez com uma tarja preta sobre o local onde deveria estar a assinatura de Adele.
Tal sequência de fatos fez com que os advogados Fredímio Biasotto Trotta e Deborah Sztajnberg, representantes de Geraes, ingressassem, no dia 7 de janeiro, com uma notícia crime junto à Polícia Civil, para que a acusação de falsificação fosse apurada. A decisão mais recente, da delegada Elaine Andrea Nunes Rosa, à frente da Delegacia Especializada de Proteção à Propriedade Intelectual, foi instaurar um inquérito no último dia 24, e determinar que fossem tomados depoimentos dos envolvidos no caso — entre eles, Toninho Geraes, um dos representantes da artista.
Procurado, o escritório Veirano Advogados, que representa a artista, afirmou que não comenta sobre o caso.
Desde que a acusação de plágio veio a público, há quase quatro anos, os advogados de Geraes tiveram como seu maior avanço, até aqui, uma decisão de dezembro junto à Justiça do Rio para que a música gravada por Adele fosse retirada das plataformas digitais. A determinação, pouco depois, foi suspensa graças a uma liminar. Ainda assim, as últimas semanas não têm sido muito harmônicas para os representantes da britânica.
