A força-tarefa que investiga o assassinato de Vinicius Gritzbach, delator do PCC assassinado no aeroporto de Guarulhos em novembro passado, encontrou 23 celulares nas celas onde estão presos os policiais suspeitos de envolvimento no crime. A operação foi realizada na última terça-feira, 4, no presídio da Polícia Civil, localizado na Zona Norte de São Paulo.
Parte dos aparelhos, segundo a polícia, estavam nas celas dos policiais civis Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como “Xixo”, e Valmir Pinheiro, apelidado de “Bolsonaro”. Ambos foram presos antes da morte de Gritzbach, em novembro de 2024, após serem delatados pelo empresário por tráfico de drogas em conluio com o PCC. Outros dispositivos estavam nas celas de alguns dos 17 agentes da Polícia Civil presos em meio às investigações.
Além dos celulares, a força-tarefa encontrou 26 fones de ouvido, 14 carregadores de celular, 11 relógios digitais smartwatch e uma pequena quantidade de maconha. Também foram apreendidos cerca de 21 mil reais em dinheiro.
Agentes de alta patente da polícia estão entre os alvos
Também na terça-feira, a Corregedoria da Polícia Militar e o Ministério Público de São Paulo realizou uma operação de busca e apreensão contra Alberto Pereira Matheus Junior, delegado de classe especial (cargo de mais alta hierarquia da Polícia Civil). Junior é suspeito de receber propina do investigador Eduardo Lopes Monteiro e outros três agentes que teriam praticado extorsão contra Gritzbach.
Preso em 2022 por participação na morte de um líder do PCC, Vinicius Gritzbach fechou um acordo de delação premiada e tornou-se informante do Ministério Público em investigações sobre corrupção policial e infiltração da facção criminosa nos órgãos de segurança pública.
Em 8 de novembro de 2024, Gritzbach foi executado a tiros, à luz do dia, no Aeroporto de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Desde a sua morte, a força-tarefa do Ministério Público e das Polícias Civil, Militar e Federal já prenderam 26 pessoas possivelmente envolvidas no assassinato, incluindo dezessete policiais civis e cinco PMs. Entre os detidos estão os dois atiradores e o motorista que os ajudaria a fugir do terminal após o crime.