O Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS, na sigla em inglês) suspendeu na terça-feira, 4, a distribuição de encomendas vindas da China por tempo indeterminado, na mais recente escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A suspensão, que entrou em vigor imediatamente, provavelmente afetará grandes sites chineses de comércio eletrônico, como Shein e Temu, que em 2023 representaram 30% de todos os pequenos pacotes que chegavam aos EUA, de acordo com um relatório do governo americano. A nova regra também deve ter impacto nos pedidos de consumidores americanos de varejistas, incluindo a Amazon.
O USPS não informou o motivo da nova regra, mas disse que o fluxo de cartas não será afetado.
O Ministério das Relações Exteriores da China criticou a medida e pediu que o país “pare de politizar questões econômicas e comerciais e de usá-las como ferramentas, e que pare com a repressão irracional às empresas chinesas”.
A suspensão ocorre poucos dias depois do presidente dos EUA, Donald Trump, assinar um decreto para encerrar a isenção da regra que permitia que qualquer pessoa enviasse pacotes com valor inferior a US$ 800 para os EUA sem pagar taxas ou precisar passar por inspeções.
O fim da isenção afetará principalmente as remessas chinesas, já que a China é responsável pelo envio quase metade de todos os pacotes que chegam nos EUA sob a isenção, segundo um relatório de 2023 de um comitê do Congresso dos EUA.
Guerra comercial
A China anunciou na terça-feira que iria impor novas tarifas sobre produtos vindos dos EUA, em resposta às taxações de 10% determinadas por Trump em cima de mercadorias chinesas.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, defendeu as tarifas da China como “necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos”, mas disse que “não há vencedores em uma guerra comercial”.
Trump havia sinalizado anteriormente que as negociações com o presidente chinês, Xi Jinping, poderiam ocorrer no início desta semana. Na terça-feira, no entanto, ele disse que não tinha “pressa” de falar com o líder chinês para acalmar as crescentes tensões comerciais.