myspace tracker Como a classe média foi despejada dos negócios do mercado imobiliário – My Blog

Como a classe média foi despejada dos negócios do mercado imobiliário

O mercado imobiliário esqueceu da classe média. Por onde olhamos, seja nas ofertas pela internet ou nos terrenos cercados por tapumes pelas cidades Brasil afora, os empreendimentos que estão sendo lançados miram, em sua maioria absoluta, apenas os mercados de baixa renda, de investimento e de luxo. Segundo o levantamento da Brain/Abrainc, feito em setembro do ano passado, a proporção de lançamentos voltados para a classe média caiu de 65% para 45% do total de unidades lançadas, entre o segundo trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024.

O cenário tende a se agravar. Pouquíssimos empreendimentos são pensados para a família de renda média. A situação causa uma certa estranheza. Segundo um levantamento da Tendências Consultoria, a classe média cresceu e predomina no Brasil pela primeira vez desde 2015, voltando a representar mais de 50% dos domicílios brasileiros em 2024.

Mas, o que acontece com o mercado imobiliário, que não lança projetos residenciais para essa fatia da população? A resposta está na conjuntura econômica do país. No último dia 29, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, subindo de 12,25% para 13,25%, e afirmou que a sua decisão estava sendo “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. E  o comitê já sinalizou aumento para a sua próxima reunião, que acontecerá em março. A expectativa é que a Selic suba mais um ponto chegando a 14,25%. Com a Selic mais alta, os juros para o crédito imobiliário vão acompanhar a alta.

Diante desse cenário, o mercado imobiliário prefere arriscar menos, focando nos produtos de baixa renda, dentro do Minha Casa Minha Vida — ou fazendo produtos sob medida para investidores ou os clientes de alto luxo. .

E as perspectivas não são das melhores, nem mesmo para quem busca aluguel, já que o valor médio da locação residencial no Brasil subiu 13,5% em 2024, segundo dados divulgados em 14 de janeiro pelo índice FipeZap. Ainda que o IGPM (Índice Geral de Preços – Mercado) tenha desacelerado em janeiro em comparação ao mês anterior, em 12 meses, o índice acumula uma alta de 6,75%.

Para a esquecida classe média, as alternativas hoje parecem ser investir num lugar menor para morar — ou arrumar as malas e partir rumo a uma cidade onde os preços do mercado imobiliário são mais baixos.

Publicidade

About admin