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Câncer de pênis: Brasil tem 22,2 mil internações em 10 anos; veja como evitar doença

Considerado um tipo de tumor raro, o câncer de pênis levou a 22,2 mil internações em dez anos e uma média de 585 amputações do órgão por ano, segundo um levantamento exclusivo da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com base em dados do Ministério da Saúde. A doença é um desafio em saúde pública, pois continua impactando a vida de pessoas com pênis e causando mortes, embora possa ser evitada com ações simples: higienização do órgão genital, cirurgia de fimose e vacinação contra o HPV, cujas doses são oferecidas gratuitamente para meninos de 9 a 14 anos e outros grupos prioritários.

De acordo com os dados, entre 2014 e 2023, a doença causou 4.500 mortes. “Apesar de ser um dos poucos tipos de câncer que podem ser prevenidos, o Brasil ainda apresenta preocupantes índices relativos ao câncer de pênis, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Nosso maior objetivo com essa campanha é informar os homens que é possível prevenir e, caso ele surja, que seja diagnosticado e tratado de forma precoce, evitando a amputação do órgão”, afirmou, em nota, Luiz Otavio Torres, presidente da SBU.

Os sinais de câncer de pênis podem ser identificados com a observação de alterações na região, como mudanças na cor e na textura da pele, aparecimento de nódulos na virilha e feridas com sangramento, além de secreção com odor desagradável.

Cirurgia de fimose

O excesso de pele que recobre a glande (cabeça do pênis), conhecida como fimose, tem forte relação com o surgimento das lesões. Isso porque essa pele dificulta a exposição da glande, o que é essencial para a correta higienização da região. O acúmulo de secreção, o esmegma, abre portas para o tumor.

“Ela pode ocultar uma lesão em fase inicial que poderia ser tratada de forma menos agressiva e mutilante, além de prevenir uma possível disseminação da doença em forma de metástase”, diz José Calixto, membro da Disciplina de Câncer de Pênis da SBU.

Ele é um dos organizadores do mutirão de postectomias, a popular cirurgia de fimose, que será realizado pela sociedade médica em vários estados no dia 14 deste mês. A meta é de fazer 100 procedimentos. “O estímulo à realização de postectomias tem como objetivo educar os homens sobre a importância de uma higiene adequada do pênis, reduzir as chances de perda do órgão e possibilitar o diagnóstico precoce de lesões pré-malignas ou até já malignas”, explica Calixto.

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Fatores de risco para o câncer de pênis

Os casos da doença costumam afetar a população com mais de 50 anos, mas jovens não estão livres. Além de problemas na higienização do pênis e da fimose, vulnerabilidade socioeconômica, infecção pelo papilomavírus humano — o HPV — e tabagismo estão entre os fatores de risco.

“Esses dados reforçam a necessidade de orientação médica e de políticas públicas que facilitem o diagnóstico e o tratamento precoce dessas condições.Essas medidas não apenas contribuem para a qualidade de vida dos pacientes, mas também evitam a necessidade de amputação do pênis e reduzem o risco de morte pela doença”, afirma Roni de Carvalho Fernandes, diretor da Escola Superior de Urologia da entidade.

Amputação do pênis e vida sexual

Como qualquer câncer, é fundamental que a detecção do tumor no pênis ocorra de forma precoce. O tratamento envolve cirurgia para retirada da lesão, radioterapia e quimioterapia.

Uma das consequências do diagnóstico tardio desse tumor é a necessidade de amputação de parte do pênis ou de todo o órgão. Segundo o levantamento, com base no Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde, foram mais de 5.800 procedimentos dessa natureza em uma década, totalizando uma média de 585 pênis amputados por ano.

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“O tratamento cirúrgico (penectomia), que se constitui em retirada do pênis, pode ser feito parcialmente, para casos iniciais, ou uma retirada completa do órgão, em casos avançados. Na remoção parcial, o paciente permanece com um coto peniano possibilitando urinar em pé e, dependendo do tamanho do coto, atividade sexual. Nos casos de remoção completa do pênis, a uretra é colocada na região de períneo (entre o escroto e o ânus), e o paciente precisa sentar-se para urinar. A atividade sexual com penetração já fica impossibilitada”, explica Maurício Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU.

Como evitar o câncer de pênis

  • Faça a higiene adequada do pênis com água e sabão puxando o prepúcio;
  • Lave a região íntima após as relações sexuais;
  • Se for público-alvo, tome a vacina contra o HPV (disponível no SUS para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos);
  • Caso tenha recomendação, realize cirurgia de correção da fimose (postectomia);
  • Use preservativo para evitar Infecções Sexualmente Transmissíveis

Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia

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