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Após China, México e Canadá, Trump promete impor tarifas contra UE

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou ampliar o escopo de seu tarifaço a importações no domingo 2, reiterando que a União Europeia — e potencialmente o Reino Unido — está na mira de impostos, mesmo admitindo que os americanos podem arcar com parte dos custos de uma guerra comercial global. Isso ocorre após novas taxas sobre o México, Canadá e China, anunciadas pelo republicano no sábado, provocaram retaliações de todos os três países.

Na noite de domingo, Trump disse que novas tarifas sobre a União Europeia são uma realidade “definitiva”, repetindo reclamações sobre o déficit comercial dos Estados Unidos com o bloco e seu desejo de que a Europa importe mais carros e produtos agrícolas americanos.

“Definitivamente acontecerá com a União Europeia, posso dizer isso”, disse ele a repórteres. “Eu não diria que há um cronograma, mas será em breve.”

Trump pareceu adotar uma linha mais suave em relação ao Reino Unido, citando um bom relacionamento com o primeiro-ministro, Keir Starmer, mas avisou que tarifas ainda “podem acontecer”.

“O Reino Unido está fora da linha. Acho que isso pode ser resolvido”, disse ele. “O primeiro-ministro Starmer tem sido muito legal, tivemos algumas reuniões, tivemos vários telefonemas, estamos nos dando muito bem, veremos se podemos ou não equilibrar nosso orçamento.”

Retaliações contra produtos americanos

Antes da última ameaça de Trump à União Europeia, um porta-voz do braço executivo do bloco, a Comissão Europeia, prometeu uma “resposta forte a qualquer parceiro comercial que imponha tarifas injustas ou arbitrárias sobre nossos produtos”. Em meio a medidas semelhantes no primeiro mandato do chefe da Casa Branca, nações europeias impuseram impostos sobre produtos americanos emblemáticos – e feitos em estados republicanos –, como motocicletas Harley-Davidson, bourbon e suco de laranja.

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“Tarifas criam perturbações econômicas desnecessárias e impulsionam a inflação. Elas são prejudiciais para todos os lados”, disse o porta-voz, lamentando as punições econômicas dos Estados Unidos contra o Canadá, o México e a China:

No Canadá, o Departamento de Finanças publicou uma lista de produtos americanos que seriam alvo de uma tarifa retaliatória de 25% a partir desta terça-feira, 4. O consolidado inclui tabaco, produtos agrícolas, eletrodomésticos, armas de fogo e equipamentos militares, e equivale a US$ 20 bilhões (cerca de R$ 117,2 bilhões).

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Ottawa também prepara uma segunda rodada, mais ampla, de tarifas retaliatórias, que deve entrar em vigor em 21 dias. Seu alvo é um montante adicional de US$ 86 bilhões (R$ 504 bilhões) em importações dos Estados Unidos, incluindo carros, caminhões, produtos de aço e alumínio, certas frutas e vegetais, carne bovina, suína, laticínios e muito mais.

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, disse que seu governo fornecerá mais detalhes nesta segunda-feira sobre suas próprias tarifas contra os Estados Unidos. Apesar disso, insistiu que o México “não quer confronto”.

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“Os problemas não são resolvidos impondo tarifas, mas com conversas e diálogo”, afirmou. “A soberania não é negociável: coordenação sim, subordinação não.”

Sheinbaum e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, falaram por telefone no sábado após o anúncio das novas tarifas — 25% sobre produtos do Canadá e do México, uma taxa que cai para 10% sobre o petróleo canadense e 10% sobre todas as importações da China. Em declaração, o gabinete de Trudeau informou que Canadá e México concordaram em “melhorar as fortes relações bilaterais”.

“Agora é a hora de escolher produtos feitos no Canadá”, Trudeau postou no X, antigo Twitter. “Verifique os rótulos. Vamos fazer a nossa parte. Onde pudermos, escolha o Canadá.”

China e Canadá também estão contestar as ações de Trump por via judicial, por supostamente violar compromissos comerciais sob as regras da Organização Mundial do Comércio.

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Americanos podem sofrer

Trump reconheceu que as tarifas abrangentes podem causar prejuízo de “curto prazo” aos americanos, já que os mercados globais devem refletir preocupações de que impostos mais altos podem prejudicar o crescimento econômico e aumentar a inflação.

“Podemos ter um pouco de dor no curto prazo, e as pessoas entendem isso. Mas, no longo prazo, os Estados Unidos foram enganados por praticamente todos os países do mundo”, disse ele.

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O Canadá é o maior mercado de exportação para 36 estados, e o México é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos.

Embora apenas 11% dos gastos do consumidor sejam rastreados para produtos importados, uma parcela descomunal das importações americanas vem do Canadá e do México. Implementar tarifas de 25% aumentaria a média de impostos americanos em 5,8 pontos percentuais (assumindo nenhuma mudança nos fluxos comerciais), segundo Laurent Convent, economista do KCB Group.

Espera-se que empresas repassarão em grande parte os custos tarifários aos consumidores. Além disso, as tarifas diminuirão a concorrência dos produtores americanos, aumentando seu poder de precificação. O Fed, sistema de bancos centrais dos Estados Unidos, provavelmente reagirá mantendo taxas de juros mais altas por mais tempo, para evitar a nova pressão inflacionária, o que pesará sobre o investimento.

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