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“O ministério está acéfalo”, diz ex-assessor do ministro da Agricultura

Desde que foi demitido do governo Lula, em junho do ano passado, o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller (PP-MT), fez raras aparições públicas. Chateado com o ministro Carlos Fávaro (PSD-MG) pela forma como foi dispensado, ele se recolheu por um tempo, mas recentemente voltou à cena.

O ex-secretário fez duras críticas à  gestão de Fávaro. Segundo ele, o ministério está sem comando. “O ministério está acéfalo. Não participa de política de seguro agrícola e não exerce a política de garantia de preço mínimo. É uma vergonha. O preço mínimo do milho voltou de 43 reais para 35 reais. Isso desestimula a produção. Quando você desestimula a produção, você desestimula a oferta. Desestimulando a oferta, vai aumentar o preço”, disparou.

Fávaro foi cobrado por Lula durante uma reunião ministerial  sobre os altos preços dos alimentos, um problema que afetou a popularidade do presidente. Além disso, o cargo do ministro é cobiçado por políticos do Centrão e, cogita-se, pode entrar na reforma ministerial que Lula pretende fazer nos próximos dias. Um dos nomes cotados para assumir o posto é o do deputado  Arthur Lira (PP-AL), que está deixando a presidência da Câmara.

Questionado se voltaria para o governo Lula caso fosse convidado, Geller descartou a possibilidade, mesmo se Lira virasse ministro. Ele afirmou que tem desejo de retornar ao Congresso Nacional. “Estou em um projeto de, talvez lá na frente, disputar uma eleição para voltar ao Congresso. Acho que posso contribuir lá. Não está no meu radar”, completou Geller, que já foi deputado federal.

Foi demitido ou pediu para sair?

Além de parlamentar, Geller foi ministro da Agricultura na gestão de Dilma Rousseff. Foi um dos poucos políticos ligados ao agronegócio que apoiou Lula nas eleições de 2022. Como se sabe, grande parte do setor, hoje, apoia politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Seis meses depois de se tornar  secretário da pasta na atual gestão, Geller esteve no epicentro de uma polêmica sobre um leilão para importar 263 mil toneladas de arroz. Um dos interessados no processo era um ex-assessor de Geller.  A oposição e associações de produtores levantaram a hipótese de favorecimento. O  episódio resultou na demissão do então secretário. Na época, Fávaro afirmou que Geller tinha pedido demissão. O ex-auxiliar, magoado, garante que foi  demitido.

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