Há 36 anos, um trio para lá de estranho, formado por homens carecas pintados de azul, surgiu como um grupo de teatro de rua, em Nova York. A cada apresentação, a plateia via um show performático, criativo, lúdico e contagiante. Rapidamente Chris Wink, Matt Goldman e Phil Staton, fundadores do Blue Man Group, se transformaram na sensação da Off-Broadway, a ponto de subirem 17.800 vezes ao palco de uma das casas icônicas da região, o Astor Place Theater. Os nova-iorquinos estão acostumados com uma enxurrada de artistas talentosos que transitam por pequenas casas de shows, que ajudam a cidade a ser um centro pujante de cultura. Mas eles são um ponto fora da curva, tanto que, ao longo dos anos, passaram de grupo de rua a subsidiários do gigante Cirque du Soleil. No próximo sábado, 2, o Blue Man Group encerra a história de amor com Nova York e mais especificamente com o Astor Place.
Essa é a última chance para os fãs assistirem Stomp, em cartaz desde 2011. No início de janeiro, o grupo também encerrou os trabalhos em Chicago, onde apresentava, desde 2011, Sleep No More, inspirado em Macbeth, de Shakespeare. A reformulação na agenda tem a ver também com o encolhimento do público nos shows da Off-Broadway, em geral. Desde a pandemia, os teatros da região não recuperaram o público que possuíam nos tempos áureos da economia americana. Em uma tentativa de aumentar a plateia, há uma tendência das casas preferirem a rotatividade de shows a espetáculos de longa temporada como Stomp.
Agora a boa notícia: o grupo continua em com apresentações fixas em Orlando, Las Vegas, Boston e Berlim. “O Blue Man Group é diferente de tudo que existe. Trata-se de uma das produções de entretenimento mais reconhecidas e bem-sucedidas devido ao trabalho árduo do elenco e da equipe”, disse o diretor administrativo da empresa Jack Kenn, em um comunicado à imprensa. Faz parte do currículo dos homens azuis turnês em dezenas de cidades ao redor do mundo, a gravação de três álbuns e uma indicação ao Grammy. O modelo de negócio do grupo mistura shows fixos, especiais e concertos, que se espalham em quatro continentes. As performances consistem na mistura de música experimental, esquetes de comédia e efeitos de multimídia. Uma fórmula que já atraiu mais de vinte milhões de expectadores aos palcos.
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