Morreu a cantora e atriz Marianne Faithfull, aos 78 anos. Musa do rock dos anos 1960, a inglesa entoou hits como As Tears Go By e The Girl On a Motorcycle. Inicialmente conhecida como uma das namoradas de Mick Jagger, vocalista do Rolling Stones, Marianne se descolou do ex e se revelou uma voz gigante da música mundial — apesar do machismo que a impediu decolar na mesma medida que seu talento merecia. “É com grande tristeza que anunciamos a morte da cantora, compositora e atriz Marianne Faithfull. Ela faleceu em paz em Londres nesta quinta-feira ao lado de sua família. Sua falta será sentida.”
Com sua voz rouca inconfundível, suas interpretações rasgadas — e sempre acompanhada de bandas excepcionais e compositores idem –, Faithful foi uma das grandes crooners da melancolia no rock, uma espécie de rainha da fossa à moda inglesa.
Faithfull ganhou notoriedade por sua voz doce e angelical com que interpretava canções como As Tears Go By e Sister Morphine, compostas por Mick Jagger. A artista, no entanto, embarcou em uma perigosa espiral autodestrutiva após o término do relacionamento, quando se viciou em álcool e heroína. Nos anos 1990, ganhou novamente os holofotes com a gravação Blazing Away, mas logo novos problemas de saúde voltaram a atrapalhar sua carreira.
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Dramas recentes
Marianne Faithfull desenvolveu uma forma grave de Covid-19 na pandemia. A lendária intérprete sobreviveu à doença e se mudou para uma casa de repouso na periferia de Londres. Nos últimos anos sua saúde ficou comprometida após sofrer uma fratura nas costas e desenvolver uma infecção grave nos quadris. Logo depois, foi diagnosticada com artrite. Anos antes, já havia sobrevivido a um câncer de mama, hepatite, distúrbios alimentares e até uma tentativa de suicídio. Os efeitos agressivos da Covid-19 ainda acometeram sua memória e os pulmões (especialmente depois de ter sofrido um enfisema em decorrência do cigarro). A causa oficial da morte, porém, ainda não foi divulgada.
Faithfull surgiu em uma época dominada pelo machismo. Ela chegou a afirmar que só não deslanchou na música porque foi injustiçada pelo sexismo daquele período e jamais conseguiu se afastar da pecha de ex-namorada de um astro do rock. De fato, seu trabalho estupendo prova que ela foi muito mais que mera paixonite de Mick Jagger.