O grupo terrorista palestino Hamas começou a libertar, nesta quinta-feira, 30, um grupo de oito reféns – três israelenses e cinco tailandeses –, como previsto pelo acordo de cessar-fogo em Gaza. Em resposta, Israel deve soltar mais de 100 palestinos detidos no país.
Esta é a terceira troca de reféns desde o início da trégua no enclave, em 19 de janeiro, que pausou mais de 15 meses de hostilidades que deixaram a Faixa de Gaza em ruínas.
Quem são os reféns libertos
A israelense Agam Berger, uma militar de 20 anos destacada perto do território palestino e sequestrada pelo Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023, foi a primeira refém a ser entregue à Cruz Vermelha no norte da Faixa de Gaza nesta quinta-feira.
Horas depois da primeira libertação, milhares de pessoas se reuniram em torno de um local de entrega de reféns na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, em frente à casa destruída do líder morto do Hamas, Yahya Sinwar, provocando um tumulto e atrasando a libertação. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descreveu a cena como “chocante” e pediu que os mediadores internacionais trabalhem para evitar eventos semelhantes no futuro.
Segundo uma lista recebida pelo gabinete de Netanyahu, também serão libertados nesta quinta-feira Arbel Yehud, uma civil de 29 anos sequestrada com a família de seu namorado, e o alemão-israelense Gadi Moses, de 80 anos. As identidades dos cidadãos tailandeses que serão libertados ainda não foram divulgadas.
Diversos estrangeiros foram sequestrados junto com dezenas de civis e soldados israelenses durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra. Vinte e três tailandeses estavam entre mais de 100 reféns libertados durante um cessar-fogo de uma semana em novembro de 2023 e, segundo Israel, oito ainda permanecem em cativeiro.
Em troca dos reféns libertados pelo Hamas, Israel soltará 110 palestinos detidos no país, sendo que 32 deles haviam sido condenados à prisão perpétua, segundo uma ONG palestina.
Destino dos demais reféns
Israel acredita que dois terços dos 100 reféns ainda mantidos em Gaza estão mortos. Esse número inclui três que foram assassinados por engano por soldados das Forças de Defesa de Israel e outro que faleceu em uma missão de resgate fracassada. O Hamas alegou que vários morreram devido a bombardeios israelenses.
O Hamas se comprometeu em libertar 33 reféns durante a primeira fase do acordo de cessar-fogo, em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos. Segundo Israel, o Hamas confirmou que oito dos reféns que serão libertados nesta fase estão mortos.
No último sábado 25, o Hamas libertou quatro reféns israelenses. Todas eram mulheres e faziam parte do exército israelense.
Na segunda-feira 27, Israel liberou acesso a uma via para permitir que os palestinos retornassem às suas casas no norte de Gaza, a parte mais destruída do território. Centenas de milhares já voltaram, mas a maioria encontrou um território reduzido a escombros após a guerra.
Desde os ataques de outubro de 2023, que mataram 2.500 israelenses e fizeram outros 250 como reféns, mais de 46 mil palestinos foram mortos em Gaza, de acordo com autoridades de saúde palestinas, controladas pelo Hamas. Grande parte do enclave foi devastada por ataques aéreos e a maioria da população do território — deslocada diversas vezes — enfrenta escassez aguda de alimentos e medicamentos, dizem agências humanitárias.