A primeira decisão de política monetária sob presidência de Gabriel Galípolo no Banco Central não reservas surpresas — ou não deveria, pelo menos — para os participantes do mercado financeiro. A maioria das expectativas é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) subirá em 1 ponto percentual a taxa Selic, levando-a para 13,25% ao ano. Mas, mais do que acompanhar se a decisão virá como esperado, os investidores devem prestar especial atenção, de agora em diante, nas previsões da autoridade para a inflação. A leitura é do Goldman Sachs.
“Vamos prestar especial atenção às estimativas para (a inflação) para o fim de 2025 e terceiro trimestre de 2026, o horizonte relevante de seis trimestres à frente, e a magnitude do desvio da meta de 3%. Essas estimativas serão a chave para calibrar o caminho da Selic e o quão profundo será o ciclo de altas”, diz o banco, em relatório. “Esperamos que o balanço de riscos para a inflação permaneça com viés de alta.”
Ainda segundo o banco, as projeções para a inflação devem subir acima da meta diante do enfraquecimento do real contra o dólar, além da deterioração das expectativas de inflação, da dinâmica de crescimento da economia e do mercado de trabalho apertado.
Diante desse cenário, com as incertezas locais e no exterior, o Copom provavelmente manterá a perspectiva para a reunião de março de uma alta de 1 ponto percentual na Selic, mas sem indicativos para a reunião de maio, “com a magnitude dos aumentos de juros dependente de dados”.