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Embaixada do Brasil na República Democrática do Congo é atacada em meio a rebelião

A embaixada do Brasil em Kinshasa, na República Democrática do Congo, sofreu ataques, informou o Itamaraty na terça-feira 28, em meio ao avanço do grupo rebelde M23, apoiado pela vizinha Ruanda, no país. Manifestantes levaram a bandeira verde amarela do edifício, mas membros do corpo diplomático brasileiro não foram atingidos.

“Ao recordar o princípio básico da inviolabilidade das missões diplomáticas e a obrigação ativa de o país anfitrião garantir proteção ao pessoal da missão e a suas instalações, à luz do direito internacional, o Brasil confia em que o governo congolês envidará todos os esforços para controlar a situação”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

A embaixada do Brasil não foi único alvo: as da França, Estados Unidos, Uganda, Quênia e Ruanda também foram atacadas. O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, definiu o incidente como “inaceitável”, enquanto seu homólogo queniano, Musalia Mudavadi, comunicou que o país “está profundamente preocupado com os ataques contra os escritórios e o pessoal de nossa embaixada em Kinshasa”.

Avanço de rebeldes

O episódio nas embaixadas ocorreu após um avanço relâmpago do grupo rebelde M23 nas últimas semanas, que forçou milhares de pessoas a fugirem de suas casas e arrisca reacender uma guerra regional mais ampla. Na segunda-feira 27, combatentes afirmaram ter capturado Goma, no leste da República Democrática do Congo e uma das maiores do país, com cerca de 1 milhão de habitantes. Nesta quarta-feira, os rebeldes declararam que tomaram controle do aeroporto local.

Segundo levantamento da agência de notícias AFP com base em relatórios hospitalares de Goma, mais de cem pessoas morreram em conflitos entre milicianos e soldados. Além disso, cerca de mil pessoas ficaram feridas nos últimos três dias.

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Desde então, protestos contra o conflito dominaram ruas na República Democrática do Congo. As manifestações escalaram na terça-feira em Kinshasa, com os ataques a várias embaixadas na capital.

Barril de pólvora

A fronteira leste da República Democrática do Congo é um barril de pólvora. A região é dominada por feudos liderados por diferentes grupos rebeldes e milícias, decorrentes de duas guerras regionais após o genocídio de Ruanda em 1994, quando extremistas hutus assassinaram cerca de 1 milhão de tutsis e hutus moderados. O M23 é o mais recente de uma longa linha de movimentos rebeldes tutsis no país.

O M23 alega ser um movimento para proteger a população étnica tutsi na RDC. Em 2012, rebeldes tomaram Goma brevemente, retirando-se da cidade depois que países e organizações internacionais cortaram remessas de auxílio e financiamento a Ruanda por conta de seu apoio ao grupo. No entanto, voltaram a ganhar força no final de 2021, com o apoio crescente dos ruandeses.

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