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Camila Pitanga sobre a vilã Lola, de Beleza Fatal: “Vão torcer por ela”

Esposa de um policial civil honesto e morando no Rio de Janeiro, Lola (Camila Pitanga) trabalha como secretária do excêntrico — e antiético — cirurgião plástico Rog (Marcelo Serrado), conhecido como “Dr. Peitão”, mas sonha em abrir sua própria clínica estética e ficar milionária. Quando sua prima do interior Cléo (Vanessa Giácomo) pede abrigo para ela e sua filha pequena Sofia (Melissa Sampaio, depois Camila Queiroz) após terem perdido tudo em um incêndio, a ambiciosa rejeita a ideia — mas muda de opinião ao perceber que pode fazer a parente de emprega doméstica sem pagar nada, apenas em troca de moradia e comida. Quando Lola se envolve na morte de uma paciente do chefe e o marido descobre, ela o mata e convence a prima a assumir o crime, desencadeando uma trama densa de outros delitos — além da jornada de vingança de Sofia contra a própria tia.

No embaraço dessa história, Elvira Paixão (Giovanna Antonelli), mãe da paciente morta por Rog, seu marido e o filho também vão embarcar na saga da heroína em busca de justiça. O fio condutor de Beleza Fatal, primeira novela da Max, é a vilã exagerada — e bem acima do tom — vivida por Pitanga. Em entrevista a VEJA, a atriz defende as vilanias da personagem e aposta que o público também terá seus sentimentos manipulados por ela. Confira:

A Lola é essa personagem caricata, exagerada, espalhafatosa e que faz referências diretas à Bebel de Paraíso Tropical (2007). Isso era uma intenção na construção da personagem? Acho que a excentricidade é uma coisa que eu não poderia eliminar da Lola, sei que é algo que identificamos muito forte na Bebel, mas as trajetórias delas são tão díspares. A novela entrega aspectos que talvez faltassem na Bebel e que a gente vai achar na Lola.

A Lola é malvada, maltrata criança, mata o marido, coloca a prima na prisão, etc — mas ela também tem suas complexidades, certo? Exato, a Bebel não era uma assassina. Já a Lola é complexa mesmo. São 40 episódios, e o grande arco dela está na segunda fase, a partir do sexto capítulo. Nos primeiros cinco, o público vai entender as origens dela, que é uma mulher de origem pobre, que viveu situações de violência na sua infância. Estou defendendo um pouco ela, porque as pessoas que passam por situações de violência acabam perdendo um pouco a noção do certo e errado, são linhas que ficam um pouco borradas. Além disso, ela é alguém que tem fome de poder. Ela tem uma ascensão meteórica a partir do momento que ela casa com o Benjamin, que ela acessa um lugar de poder muito grande — até porque ela é uma empreendedora que sabe fazer dinheiro, então ela chega a a um status social diferente do dela que ela sabe manter. Com a chegada de Sofia, as cartas do baralho se embaralham completamente.

Por que? A jornada de vingança da Sofia vai bagunçar a vida dela. A Lola vive no alto Leblon, é milionária, bem-sucedida, está em uma situação extremamente confortável, mas a Sofia é aquela inimiga oculta que passará a sabotá-la, então a Lola será uma vítima da Sofia em certos momentos também. Acho que por isso o público vai acabar sentindo pena dela, vão torcer por ela. E isso é mérito do Raphael Montes, que escreveu um texto que deixa a gente desconcertado por alguém que faz um monte de coisas erradas com o filho, com o Benja, mas como ela passa por tantos obstáculos por causa de uma inimiga oculta, ela nos faz considerar o sofrimento dela, que cai, mas levanta e sacode a poeira — várias vezes, principalmente por ser esperta e saber sair pela tangente. E aviso que não vai ser só a Sofia que vai ficar próxima da Lola, a família Paixão toda vai se infiltrar na casa dela.

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Como será essa saga vingativa? A Lola vai sofrer vários ataques que ela nem vai saber de onde estão vindo. O que é muito interessante é que o texto parte de um folhetim, mas salta para algo que identificamos mais nas séries americanas que é você nunca saber direito para onde vai a trama. Ela desloca o que podemos esperar. A Sofia vai passar por uma transformação tão radical, que a mola propulsora é a sede de justiça, é algo que todo mundo se identifica, mas ela perde a mão, ela vai ter uma coisa um pouco simbiótica com a Lola, porque elas vão ficar muito coladas. Essa relação mostrará muitas quebras de expectativas.

Você tem um currículo repleto de novelas tradicionais, como Mulheres Apaixonadas (2003) e Velho Chico (2016). Na sua opinião, por que acha que, hoje, existe uma certa dificuldade dos folhetins em conquistar o público? Por que Beleza Fatal pode ir na contramão disso? É muito difícil tentar analisar o que o público quer. Acho se soubéssemos seria uma mão na roda, não sei dizer. Mas sei que tivemos boas novelas nos últimos tempos, como Vai na Fé (2023), da Globo, e Pedaço de Mim, da Netflix. Agora, Beleza Fatal faz uma ponte, acho que Raphael Montes conseguiu fazer uma ponte, entre um formato tradicional em que o público não se sente desamparado pelas novidades, mas ela também é moderna em poder trazer uma agilidade de trama, os ganchos dos episódios, então, acredito que ele faz uma ponte entre o tradicional e algo de uma estética mais contemporânea.

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