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Quanto marca o Relógio do Juízo Final e por que isso preocupa

O Relógio do Juízo Final, um símbolo icônico mantido pelo Boletim dos Cientistas Atômicos (BAS, na sigla em inglês), foi ajustado este ano para 89 segundos para a meia-noite, o mais próximo que já esteve do apocalipse. Fundado em 1945 por cientistas que trabalharam no Projeto Manhattan, como Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer, o BAS criou este relógio em 1947 para alertar sobre as ameaças existenciais criadas pelo ser humano. A “meia-noite” representa uma catástrofe global, e a contagem regressiva simboliza a urgência de tomar medidas para evitar essa calamidade.

O relógio não é um dispositivo literal, mas sim uma metáfora para expressar a vulnerabilidade do mundo a catástrofes globais causadas por tecnologias criadas pelo homem. O tempo é ajustado anualmente pela Conselho de Ciência e Segurança (SASB,na sigla em inglês), do BAS, um grupo de líderes globais que se concentram em riscos nucleares, mudanças climáticas e tecnologias disruptivas. A decisão é tomada em consulta com o Conselho de Patrocinadores do BAS, que inclui nove laureados com o Prêmio Nobel.

Vários fatores contribuíram para o avanço do relógio para tão perto da meia-noite:

  • Risco Nuclear: A guerra na Ucrânia aumenta a possibilidade de um conflito nuclear. Além disso, países que já possuem armas nucleares estão aumentando seus arsenais, enquanto outros consideram desenvolver suas próprias armas. A instabilidade e o colapso do processo de controle de armas aumentam ainda mais o risco.
  • Mudanças Climáticas: Os impactos das mudanças climáticas têm aumentado globalmente, com recordes de temperatura e eventos climáticos extremos como inundações, ondas de calor e secas. As emissões de gases do efeito estufa continuam a subir, e as iniciativas para reverter o aquecimento global são insuficientes.
  • Tecnologias Disruptivas: Avanços em inteligência artificial (IA), especialmente em aplicações militares, levantam preocupações sobre o controle humano sobre decisões de guerra. O uso de IA em sistemas de mira, drones e armas hipersônicas aumentam o perigo. Além disso, a desinformação e as teorias da conspiração se espalham rapidamente, corroendo o debate público necessário para enfrentar as ameaças.
  • Ameaças Biológicas: Doenças infecciosas emergentes, laboratórios de patógenos sem supervisão adequada e o uso da IA no desenvolvimento de armas biológicas aumentam o risco de uma pandemia devastadora.

O ajuste do relógio para 89 segundos para a meia-noite serve como um sinal claro e inequívoco de extremo perigo. Os cientistas do BAS esperam que os líderes mundiais reconheçam a gravidade da situação e tomem medidas urgentes para reduzir os riscos de desastres globais. É um apelo à ação para que os países, especialmente os EUA, a China e a Rússia, iniciem discussões de boa fé sobre essas ameaças globais.

Alguns críticos argumentam que o relógio é excessivamente subjetivo ou alarmista, enquanto outros acreditam que ele não contabiliza adequadamente desenvolvimentos positivos, como avanços em energia renovável ou acordos de controle de armas. No entanto, o BAS sustenta que é uma ferramenta necessária para aumentar a conscientização e estimular a ação. “Os líderes nacionais devem iniciar discussões sobre esses riscos globais antes que seja tarde demais”, disse por meio de nota Daniel Holz, PhD, Presidente do SASB, e professor da Universidade de Chicago. “Refletir sobre essas questões de vida ou morte e iniciar um diálogo são os primeiros passos para fazer o Relógio retroceder e se afastar da meia-noite.”

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Como disse Juan Manuel Santos, ex-presidente da Colômbia e ganhador do Prêmio Nobel da Paz: “Cada segundo conta”.

Momentos-chave na história do relógio

  • 1947: Relógio ajustado para 7 minutos para a meia-noite.
  • 1953: Movido para 2 minutos para a meia-noite após os EUA e a URSS testarem bombas de hidrogênio.
  • 1991: Mais distante da meia-noite (17 minutos) após o fim da Guerra Fria e a assinatura do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START).
  • 2020: Movido para 100 segundos para a meia-noite, a primeira vez que foi medido em segundos em vez de minutos.
  • 2023-2024: Ajustado para 90 segundos para a meia-noite, refletindo riscos aumentados de ameaças nucleares, mudanças climáticas e IA.
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