Temporariamente no comando da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a presidente de Honduras, Xiomara Castro, disse neste domingo (26) que fará uma reunião de emergência para discutir a crise que envolve a deportação de imigrante dos Estados Unidos, após a posse de Donald Trump. O encontro foi marcado para quinta-feira (30), de acordo com uma nota publicada por Castro pelas redes sociais.
A divulgação da reunião aconteceu pela rede social X, antigo Twitter, pouco tempo depois que os EUA anunciaram a imposição de tarifas a produtos da Colômbia que entrarem em território americano, em resposta à decisão do presidente Gustavo Petro de recusar o recebimento de aviões militares americanos transportando imigrantes deportados .
Na sexta-feira, o governo mexicano também barrou a entrada de uma aeronave militar dos EUA no México, sem dar explicações sobre a decisão. Em nota enviada à agência de notícias Reuters, o Ministério das Relações Exteriores do México informou ter “um relacionamento muito bom” com o governo americano. Comunicou também que sempre aceitará a chegada de mexicanos de braços abertos quando o assunto se trata de repatriações.
Tratamento digno
O encontro deve ainda envolver a situação dos primeiros brasileiros deportados dos EUA no sábado. Naquele dia, os passageiros denunciaram terem sido vítimas de supostas agressões praticadas por agentes americanas. Os passageiros, que chegaram com as mãos algemadas e os pés acorrentados, disseram que tinham acesso limitado a banheiro e à água.
Mais cedo, o Itamaraty divulgou uma nota na qual criticou o uso indiscriminado de algemas e correntes. No texto, o Ministério das Relações Exteriores diz que isso “viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”.
“O Ministério das Relações Exteriores vai encaminhar pedido de esclarecimento ao governo norte-americano e segue atento às mudanças nas políticas migratórias naquele país, de modo a garantir a proteção, segurança e dignidade dos brasileiros ali residentes”, diz o texto.