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Picanha ou abobrinha? Veja os vilões da inflação de alimentos nas últimas semanas

O IPCA-15 de janeiro, considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,11%. Embora represente uma desaceleração sobre o 0,34% registrado em dezembro, o número frustrou a maioria dos economistas. Na média, as projeções de mercado apontavam para uma leve deflação (recuo dos preços) de 0,01%. Os alimentos estiverem entre os grandes vilões neste início de ano.

A julgar pelos números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira 24, está menos caro ser carnívoro do que vegetariano. Isto, porque os vegetais dominam a lista dos 15 alimentos que mais subiram de preço na primeira quinzena de janeiro. A campeã de inflação foi a abobrinha, com uma disparada de 22,5%. Maracujá (+18,9%), cenoura (18,5%), tomate (17,1%) e melancia (10,5%) completam a relação dos cinco produtos que lideraram a inflação de alimentos.

 

Isso não significa que os carnívoros puderam curtir o churrasco no fim de semana sem pensar no bolso. A carne de carneiro liderou as altas nessa categoria, com 6,4%, seguida pelo filé mignon (+6%), capa de filé (+4,7%) e lagarto (+3,8%). A picanha completou a lista das cinco carnes que mais subiram em janeiro, com alta de 2,7%. A evolução dessa carne é acompanhada com lupa por opositores e pela população em geral, desde que entrou para o anedotário político ao protagonizar uma das promessas de Lula durante a campanha eleitoral de 2022, quando o então candidato afirmou que os brasileiros voltariam a comer picanha e tomar sua “cervejinha”.

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Outros tipos de carne também ficaram mais caras. A população está pagando 5,7% mais pelo peixe-filhote, 4,8% mais pelo dourado e 3,1% pelo frango inteiro, segundo o IBGE.

O peso dos alimentos no IPCA-15 joga ainda mais pressão sobre Lula e a equipe econômica. Nesta semana, o governo iniciou uma mobilização para estudar medidas para conter a inflação dos alimentos. Nesta sexta-feira 24, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente e outros ministros se reúnem para avaliar sugestões.

O caso já causou faíscas na comunicação de Brasília, após o chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmar que o governo estudava “intervenções” para conter os preços. A declaração gerou péssimas repercussões, já que o termo é associado às medidas desastrosas de governos passados que, nos anos 1980 e 1990 tentaram segurar a alta dos alimentos com medidas heterodoxas como o congelamento e o tabelamento de preços. A reação levou Costa a afirmar, horas depois, que havia se expressado mal e, para encerrar a polêmica, estava trocando a palavra “intervenção” por “medidas”.

Ontem, Haddad também veio a público parar desmentir boatos de que o governo pode usar medidas fiscais, como isenções e subsídios, para baratear os alimentos. Haddad atribuiu os rumores a operadores de mercado descontentes com a recente queda do dólar e que esperavam que o boato voltasse a pressionar o câmbio, já que a disparada da moeda americana em 2024 deveu-se, em grande parte, à desconfiança dos investidores de que Lula não está comprometido, de fato, com o controle fiscal.

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