A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), órgão do Ministério da Fazenda que cuida da regulamentação das bets, autorizou, por cumprimento de ordem judicial, a Esportes da Sorte a funcionar no Brasil. A casa de aposta é patrocinadora do Corinthians e foi uma das investigadas na Operação Integration, caso que colocou a advogada Deolane Bezerra atrás das grades e quase prendeu o cantor sertanejo Gusttavo Lima. No começo deste ano, o inquérito foi arquivado.
Em nota enviada à imprensa, a Esportes da Sorte disse que obteve a autorização “após a empresa atender a todos os requisitos legais e normativos estabelecidos pela legislação e suas respectivas portarias, o que culminou em uma decisão judicial que considerou ilegal o motivo do indeferimento administrativo inicialmente proferido pela Secretaria de Prêmios e Apostas”.
A autorização é para a Esportes Gaming Brasil Ltda, que é dona da Esportes da Sorte e também da Onabet. De acordo com o que consta no site da SPA, o processo judicial em que a empresa conseguiu autorização para funcionar está em segredo de Justiça. A empresa diz que fez o pagamento da outorga, de 30 milhões de reais, no dia 13 de janeiro deste ano.
A Esportes da Sorte entrou na mira da Polícia Civil de Pernambuco ao ser investigada, junto de seus sócios, Darwin Henrique da Silva Filho, e sua esposa, Maria Eduarda Quinto Filizola, pelo crime de lavagem de dinheiro e organização criminosa. O inquérito também incluiu influenciadores digitais — como a advogada Deolane Bezerra, que ficou semanas presa — e o cantor sertanejo Gusttavo Lima, suspeito de ter ajudado donos da Vai de Bet a fugirem do país durante as investigações. A juíza do caso chegou a expedir uma ordem de prisão contra o artista, que foi revertida em segunda instância antes mesmo de ser cumprida.
O inquérito foi arquivado depois de um cabo de guerra entre a juíza que presidia as investigações e o Ministério Público de Pernambuco. A magistrada Andrea Calado da Cruz, da 12ª vara criminal de Recife, decidiu acolher o pedido da Promotoria pelo argumento de que não haveria propositura de ação penal. Na decisão, contudo, ela ressalvou que o caso poderia ser reaberto se surgissem novas provas. Parte do inquérito foi enviado ao MP da Paraíba.