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‘The New York Times’ alfineta Trump ao elogiar ‘Ainda Estou Aqui’

O filme brasileiro Ainda Estou Aqui estreou esta semana nos Estados Unidos e ganhou elogios da crítica especializada, entre elas o tradicional The New York Times. O jornal americano chamou o longa do diretor Walter Salles de profundo e impactante, além de dizer que a produção é filmada de forma habilidosa e ricamente detalhada. Já a protagonista Fernanda Torres foi chamada de estonteante e dona de um “olhar magnético” e “repleto de camadas”.

Contudo, mais do que elogiar a produção, o periódico fez um belíssimo texto sobre memória e política atrelado à história real. De forma detalhada, a crítica explica a arbitrariedade sofrida por Eunice Paiva, interpretada por Fernanda, e seus cinco filhos, que, de um dia para o outro, perderam o pai, Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, que foi levado pelos agentes da ditadura militar para prestar depoimento e nunca mais voltou. O jornal ressalta que a revolta e as feridas causadas pelo desaparecimento de entes queridos em ditaduras foram pauta de filmes de países vizinhos do Brasil, como Chile e Argentina. A diferença, porém, é que estes países julgaram os culpados, ao contrário do Brasil que preferiu deixar tais crimes no passado.

A crítica sutil ao presidente Donald Trump 

Ao entrar na temática política, o New York Times pontuou sobre o boicote frustrado da extrema-direita contra o filme e como a produção estreou por aqui bem na semana em que saíram detalhes sobre a tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. Em seguida, uma análise claramente ligada aos hábitos de comunicação do presidente americano Donald Trump alertou os leitores sobre os perigos dos líderes que querem reescrever a história a favor de uma ideologia. “Ainda Estou Aqui não é apenas sobre um período histórico e político, e esse é o segredo de seu apelo mundial. O filme é também um retrato emotivo de como políticos afetam a esfera doméstica e como a solidariedade, a comunidade e o amor são o caminho viável durante uma tragédia. Ele também nos alerta a desconfiar de qualquer um que tente apagar ou reescrever o passado. Através da trama, Salles mostra repetidamente cenas da família que preservam sua memória. O diretor disse que filmes ‘são instrumentos contra o esquecimento’ e que o ‘cinema reconstrói memórias’. Como Ainda Estou Aqui, ele quer fazer questão que ninguém se esqueça”, diz o texto.

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